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Cidades

“Fofauna”: registros provam que todo dia é “das crianças” no Pantanal

No Pantanal de MS, que só este ano, teve 2,3 milhões de hectares queimados, filhotes vivos são esperança

Por Anahi Zurutuza | 12/10/2024 15:54
Dakari, oncinha-pintada filha de Surya, felinas que vivem na região de Miranda (Foto: Bruno Reis)
Dakari, oncinha-pintada filha de Surya, felinas que vivem na região de Miranda (Foto: Bruno Reis)

Registros da “fofauna” são prova que no Pantanal, as “crianças” também são esperança de futuro melhor para o bioma castigado pelo fogo. Nesta semana, o biólogo e fotógrafo da natureza selvagem, Bruno Sartori Reis, divulgou novas imagens de Dakari, oncinha-pintada filha de Surya. As duas vivem na região da Fazenda Caiman, em Miranda (MS).

Para o profissional, que também trabalha como guia, os avistamentos de filhotes são alívio. “É tão bom ver o Pantanal se recuperando aos poucos, algumas chuvas começaram à cair, o verde começou a aparecer, as aves a carregar alguns gravetos pra construir seus ninhos e nas últimas semanas, algumas onças começaram a aparecer com seus filhotes”, publicou em sua rede social.

Há alguns dias, mãe e filha foram filmadas por pelo biólogo e também guia de safari Marcos Ávila. Em um dos momentos da gravação, é possível ver a Surya chamando a atenção da filhote para que Dakari a siga. Em outro momento, as duas foram avistadas no descanso de uma sombra. Assista:

No Pantanal sul-mato-grossense – que só este ano, teve 2,3 milhões de hectares queimados por incêndios, a maioria das vezes, segundo apurado até agora, provocados pela ação do homem – ver as pequenas vidas sãs e salvas são o respiro.

Bruno Reis também fotografou na semana que passou um filhotinho de veado-campeiro visto durante passeio pela Fazenda Caiman. “Praticamente um recém-nascido, que passou cambaleando na beira da estrada”.

Mais algum tempo atrás o flagrante foi do banho de sol de jacarezinhos. “E seguimos encontrando filhotinhos de jacaré por aí! Esses 3 estavam aproveitando pra tomar um solzinho nas costas da mãe”.

Veado-campeiro recém-nascido e jacarezinhos no banho de sol (Foto: Bruno Reis)
Veado-campeiro recém-nascido e jacarezinhos no banho de sol (Foto: Bruno Reis)

Neste dia 12 de outubro, a página do Instituto do Homem Pantaneiro publicou vídeo da mamãe anta com seu filhote num dos avistamentos noturnos, no Pantanal sul-mato-grossense. “Neste Dia das Crianças, celebramos o encanto da fauna pantaneira com um filhote de anta (Tapirus terrestris), o maior mamífero terrestre da América do Sul e um símbolo de força e resiliência! Assim como as crianças, esses filhotes são curiosos, explorando e descobrindo o mundo ao seu redor”, descreveu sobre as características do mamífero.

A ONG (Organização Não-Governamental) aproveita para fazer apelo. “Na natureza, as antas desempenham um papel vital no equilíbrio ambiental, ajudando a dispersar sementes e preservando nossa biodiversidade. Ao proteger o habitat desses animais, estamos garantindo que as futuras gerações possam crescer em harmonia com a natureza. Vamos juntos cultivar respeito e amor pela nossa fauna, promovendo um amanhã mais sustentável!”.

Mamãe anta e filhotinho durante passeio noturno (Imagem: IHP/Divulgação)
Mamãe anta e filhotinho durante passeio noturno (Imagem: IHP/Divulgação)

Educação para o futuro - Na Fazenda Caiman, crianças humanas também "têm vez". Os meninos e meninas que estudam por lá, filhos dos funcionários e moradores da região, as aulas sobre a biodiversidade do Pantanal fazem parte da rotina. Recentemente, grupo foi a campo para ver de perto as ações que estão sendo feitas pela recuperação da fauna e da flora.

"Os pequenos puderam observar os efeitos dos incêndios na natureza e, assim, refletir sobre a importância de conservá-la. Também nos ajudaram a espalhar sementes nativas de espécies como piúvas, ximbuvas e manduvis pela imensidão do nosso refúgio que, aos poucos, vai deixando claro sua resiliência. Junto das crianças, celebramos a esperança e o desejo de manter a vida pantaneira sempre pulsante", divulgou a página da empresa que trabalha com ecoturismo e dá apoio a diversas iniciativas de proteção ao Pantanal.

Crianças que estudam na Caiman atiram sementes para que novas árvores floresçam em área queimada (Foto: Caiman/Divulgação)
Crianças que estudam na Caiman atiram sementes para que novas árvores floresçam em área queimada (Foto: Caiman/Divulgação)

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