Grupo espanhol assume comando definitivo do aeroporto de Campo Grande em 24 dias
Em Corumbá e Ponta Porã, gestão da Aena Brasil terá início em definitivo no mês de novembro
O grupo espanhol Aena, que adquiriu o bloco de aeroportos SP-MS-PA-MG por R$ 2,45 bilhões em agosto de 2022, está programado para iniciar as operações no Aeroporto Internacional de Campo Grande de forma permanente a partir de 13 de outubro. A data está especificada no plano de tarifas aeroportuárias que a concessionária seguirá na Capital.
Além disso, a Aena Brasil também assumirá a gestão de outros dois aeroportos em Mato Grosso do Sul, com início das operações marcado para novembro, nos dias 7 e 10 do referido mês, respectivamente, em Ponta Porã e Corumbá.
Conforme estabelecido no contrato de concessão elaborado pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), a primeira fase do plano de transferência operacional do aeroporto teve início em 5 de junho de 2023, data de eficácia do contrato. Nessa etapa, uma operação assistida foi iniciada, na qual representantes da concessionária tiveram acesso às instalações do aeroporto em conjunto com a equipe da Infraero, responsável pela administração atual.
Nesse estágio, a concessionária executou atividades como o treinamento da equipe e a aquisição do estoque necessário para a operação do terminal. Durante o processo, a Aena também cumpriu obrigações prévias, como a nomeação de um responsável pela segurança da aviação civil e a criação de um comitê de transição.
Conforme anunciado pelo Campo Grande News em julho, o conglomerado estava com processo seletivo para contratação de funcionários em diversas áreas para atuar nos terminais de Mato Grosso do Sul. Ao todo, estavam abertas 27 oportunidades, sendo 13 para Campo Grande, 7 para Ponta Porã e outras 7 em Corumbá. Essas oportunidades não constam mais como “abertas” no site da concessionária, indicando que todas foram preenchidas.
A partir do momento em que a empresa assumir definitivamente o controle dos aeroportos, terá início a fase de melhorias da infraestrutura aeroportuária. Em Campo Grande, a empresa terá 36 meses (3 anos) para realizar investimentos de adequação do terminal. Isso inclui aumentar a capacidade de processamento de passageiros e bagagens, disponibilizar pátio com 11 posições para aeronaves comerciais código C, como o Airbus 320 e Boeing 737-800.
Além disso, a concessionária deverá instalar um sistema visual indicador de rampa de aproximação do tipo PAPI, que utiliza luzes brancas e vermelhas, nas cabeceiras das pistas de pouso e decolagem, adequações para operar uma pista de aproximação de não-precisão para aeronaves código C, construir uma nova pista de pouso se necessário, criar uma pista de táxi de saída rápida, e disponibilizar recursos para inspeção de segurança em 100% de bagagens, cargas e malas postais, de acordo com regulamentações da ANAC.
Em Ponta Porã e Corumbá, as obrigações serão semelhantes, tendo a Aena Brasil em três anos a responsabilidade de melhorar a infraestrutura do aeroporto, garantindo um serviço adequado aos usuários, isso inclui aumentar a capacidade de processamento de passageiros e bagagens, atendendo a uma demanda mínima de 220 passageiros por hora em embarque e desembarque, equivalente a 1,3 vezes a quantidade de assentos da maior aeronave que operar nos aeroportos nos 12 meses, entre o 23º e o 34º mês da concessão.
Disponibilizar um pátio de aeronaves com 4 posições código C, as mais comuns entres as companhias, de forma simultânea e independente. Instalar um sistema visual indicador de rampa de aproximação nas cabeceiras das pistas de pouso e decolagem, garantir que as operações com aeronaves código C e inferiores ocorram sem a necessidade de procedimentos operacionais especiais devido à inadequação da infraestrutura e, se for necessário, construir uma nova pista de pouso e decolagem, ela deve estar concluída e operacional em até 60 meses.
Conforme o contrato, tanto no aeroporto de Campo Grande quanto nos terminais do interior, não há possibilidade de reequilíbrio econômico-financeiro para essas obrigações, podendo ser cumpridas com recursos da própria Aena e também das companhias aéreas que operam nos aeroportos.
A concessionária Aena Brasil, que já administra seis aeroportos da região Nordeste, foi procurada pela reportagem para comentar sobre valores e prioridades dos investimentos no aeroportos de Mato Grosso do Sul, mas até a publicação da matéria não houve retorno. O espaço segue aberto.
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