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Cidades

Grupo que sonegou R$ 4 bilhões criou monopólio na reciclagem de alumínio

Com mandados em MS, operação mira empresas no ramo de alumínio que praticam crimes de sonegação fiscal

Viviane Oliveira | 28/09/2021 11:58
Polícia Federal enviou foto de empresa de reciclagem, sem detalhar endereço. (Foto: divulgação/PF) 
Polícia Federal enviou foto de empresa de reciclagem, sem detalhar endereço. (Foto: divulgação/PF)

Grupo que sonegou R$ 4 bilhões em cinco anos conseguiu preço mais competitivo no mercado e acabou criando monopólio no ramo de reciclagem, a partir de créditos gerados ilicitamente com a fraude tributária. O esquema foi alvo da Operação da Polícia Federal, denominada Blindagem Metálica, deflagrada nesta terça-feira (28).

Durante a operação, foram cumpridos 56 mandados de busca e apreensão em Mato Grosso do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Distrito Federal, Santa Catarina e Minas Gerais. Duas pessoas acabaram presas em flagrante por destruir documentos durante a ação policial. Mas a PF não informou em quais cidades sul-mato-grossenses ocorreu a operação, nem os nomes dos envolvidos.

Durante as investigações, foram identificados diversos fluxos financeiros ilícitos. “Identificamos uma verdadeira estrutura de contabilidade paralela, que utilizava de todo o tipo de fraude para blindar o grupo das autuações do fisco federal e estadual”, segundo coletiva de imprensa realizada nesta manhã, na Polícia Federal de São Paulo. Além da PF, a força-tarefa reuniu Procuradoria da República e Receita Federal de São Paulo.

Operação - As investigações foram iniciadas em 2018. O grupo já havia sido fiscalizado anteriormente e foi alvo de outras operações deflagradas por forças-tarefas nos últimos dez anos. Porém, conforme a PF, ao invés de fazer a regularização, o grupo aprimorou a sistemática da fraude, insistindo em não cumprir as obrigações tributárias perante os fiscos federal e estadual.

A fraude, de acordo com a força-tarefa, é complexa e caracterizada pelo uso intensivo de empresas “laranjas”, geralmente, constituídas de forma fraudulenta. Durante os trabalhos, também foi identificado que o grupo adquiriu o controle de outras empresas do setor nos últimos anos.

Para dar maior credibilidade a essas transações de compra e venda, o grupo mantinha um complexo esquema de pagamentos e recebimentos de notas fiscais das empresas “blindadoras” e “noteiras”, com o objetivo de simular a operação mercantil e dificultar o rastreamento pelo fisco.

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