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Cidades

Herói, rapaz que morreu ao salvar menina de afogamento é enterrado sob aplausos

Para irmã de Luiz, irmão ficará marcado “como anjo que deu vida dele pra salvar outra”

Lucia Morel e Ana Beatriz Rodrigues | 05/01/2023 17:23
Familiares e amigos durante enterro de Luiz. (Foto: Paulo Francis)
Familiares e amigos durante enterro de Luiz. (Foto: Paulo Francis)

“Pra nossa família ele foi um herói. Não tenho nem palavras pra descrever o que ele fez”. A frase é do pedreiro Romero Leandro da Silva, 46 anos, pai da menina Vitória, que quase morreu afogada no último fim de semana em Ribas do Rio Pardo. A afirmação é sobre Luiz Carlos Costa, 47, que acabou morrendo afogado ao salvar a menina.

O ato de heroísmo foi confirmado pela irmã de Luiz, Camila da Costa, de 27 anos, que é jornalista. “Meu irmão tem pavor de água. Ele foi um anjo na vida dessa menina. Foi um ato de heroísmo que eu não sei nem descrever”, comentou, aos prantos. O enterro de Luiz ocorreu esta tarde no Parque das Primaveras, sob aplausos de quem esteve ali.

A adolescente de 14 anos, que foi salva por Luiz, não quis conversar com a reportagem, mas o pai dela comentou mais sobre Luiz, afirmando que conhecia o “herói” da igreja, mas que ele sempre foi reservado e não falava muito. “Ele começou a se abrir, conversar mais no retiro mesmo”, disse, lembrando que foi durante evento de fim de ano que Luiz acabou morrendo.

Romero contou que no último sábado, 31 de dezembro, todos almoçaram na chácara em Ribas e a algumas pessoas, inclusive ele e a família, para a beira do Rio Botas. O rio costuma ter uma forte correnteza, mas nesse dia não estaria assim, segundo o pai. “A Vitória entrou e já começou a se afogar, não sei se estava muito fundo”.

Depois disso, ela começou a chamar pelo “irmão Luiz”, que era o mais próximo da margem. “Ele olhou ao redor e não tinha ninguém mais perto que ele e no que ele pulou, já afundou e em seguida ela levantou. Acredito que ele a empurrou para cima. Puxamos ela e levamos pra local mais seguro, depois olhamos em volta e 'cadê o irmão Luiz?'”, contou Romero.

O próprio pai de Vitória entrou na água e procurou pelo “herói”, e nada dele. Foi então que chamaram os bombeiros, que acabaram encontrando o corpo dele apenas na terça-feira, 3 de janeiro.

Camila, por sua vez, comentou que apesar da dor, o irmão ficará marcado “como anjo que deu vida dele pra salvar outra”. A cerimônia de enterro foi encerrada com uma salva de palmas.

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