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Cidades

Igual a de sangue, doação de leite materno é raridade no frio

Manter as doadoras por vários meses também é dificuldade dos bancos de leite de Mato Grosso do Sul

Por Cassia Modena | 02/06/2024 10:49
Entrada para o banco de leite humano do Hospital Regional de MS (Foto: Divulgação/JHRMS)
Entrada para o banco de leite humano do Hospital Regional de MS (Foto: Divulgação/JHRMS)

Os hospitais que têm bancos de leite materno em Mato Grosso do Sul até fazem campanhas antecipadas para incentivar que as mães de bebês façam doações, mas não tem jeito. Esse gesto ainda é raridade nos meses frios como maio e junho, ainda mais quando há neles feriadões como o último de Corpus Christi.

O resultado são geladeiras desabastecidas durante semanas. Fica sobrando muito espaço nas prateleiras, onde daria para guardar muitos outros potinhos do alimento que é precioso para os prematuros e para os recém-nascidos de mães que estão com alguma dificuldade de amamentar.

A enfermeira Edilene Villalba, que trabalha no banco de leite do Humap (Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian), de Campo Grande, confirma que os estoques estão escassos não somente na instituição, mas também nas demais em todo o Estado. "Participamos de uma oficina na semana passada e soubemos que, infelizmente, as doações estão baixas em todo o Mato Grosso do Sul", conta.

Estoque de leite materno congelado na Santa Casa da Capital (Foto: Divulgação/Arquivo)
Estoque de leite materno congelado na Santa Casa da Capital (Foto: Divulgação/Arquivo)

Durante o outono e o inverno, seria interessante poder contar com as mães que já fazem doações. Porém, segundo Edilene, "fidelizar" as doadoras iniciantes é outra dificuldade enfrentada.

A enfermeira explica que as campanhas internas e publicações nas imprensa pedindo doações, até surtem efeito de início. O problema é manter as cadastradas doando semanalmente.

"Apesar das chamadas nas mídias que fizemos no mês de maio, ainda estão abaixo do que gostaríamos para manter um estoque confortável. Infelizmente, tenho percebido que com as campanhas há uma 'chuva' de ligações de possíveis doadoras, que doam por umas duas semanas e depois param", afirma. Ela estima que isso acontece em 70% dos casos de novas doadoras.

Imagem enviada pelo Humap no início de maio mostra os estoques já reduzidos (Foto: Divulgação/Hospital)
Imagem enviada pelo Humap no início de maio mostra os estoques já reduzidos (Foto: Divulgação/Hospital)

Ela conscientiza sobre a importância das doações para quem acabou de chegar ao mundo. "O leite humano é muito mais que um alimento, ele é parte do tratamento do neonato promovendo uma recuperação mais rápida e com qualidade de vida pós internação", diz.

Mitos e dúvidas - Além do frio, alguns mitos e dúvidas em torno da doação de leite podem atrapalhar.

Quanto mais o bebê suga o leite, mais a produção aumenta, explica entidade (Foto: Wilson Dias/Agência Brasil)
Quanto mais o bebê suga o leite, mais a produção aumenta, explica entidade (Foto: Wilson Dias/Agência Brasil)

Veja o que diz a Sociedade Brasileira de Pediatria:

Se a mãe doar, vai faltar leite para o bebê dela?
Não vai faltar leite para o bebê dela. Porque quanto mais o bebê suga ou mais leite é retirado (ordenhado) para doar, a produção do leite aumenta. A produção do leite se ajusta a quantidade de leite retirado, se tirar menos leite, menor será a produção.

Doar leite tem um custo?
A doação de leite no Brasil é sempre voluntária. O banco de leite não paga a doadora para receber leite e nem pode vender leite sob hipótese alguma.

Quando doar?
Após a mamada você observar que ainda está saindo leite, ele pode ser extraído manualmente ou com bomba. Esse leite excedente que foi retirado pode ser armazenado para dar ao seu bebê ou pode ser doado para um banco de leite. Isso explica o ajuste da produção do leite com a recomendação de amamentar sob livre demanda.

Como doar - Para fazer a doação, a mãe precisa entrar em contato com o banco de leite e manifestar a vontade de ser uma voluntário. Ela será submetida a uma triagem e, após, poderá doar no próprio local ou ter a doação retirada em casa. A retirada (ordenha) leva cerca de 15 minutos.

A doadora não terá que fazer mais nada. As equipes do banco de leite ficam responsáveis pela pasteurização, armazenamento e por oferecer o alimento aos bebês que estão precisando.

Onde doar - Veja quais são os locais que aceitam doações de leite materno em Campo Grande:

Banco de Leite do HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul)
Contato: (67) 3378-2715

Banco de Leite do Humap (Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian)
Contatos: (67) 3345-3027 ou (67) 99633-2510 (WhatsApp)

Banco de Leite da Santa Casa de Campo Grande
Contato: (67) 3322-4174

Banco de Leite da Maternidade Cândido Mariano
Contato (67) 3041-4735.

Sangue - A doação de sangue é outra que despenca durante os períodos frios e de folga.

O Campo Grande News falou disso aqui. Confira e veja onde fazer uma doação.

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