ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
DEZEMBRO, SÁBADO  28    CAMPO GRANDE 30º

Cidades

Juiz manda prefeitura apresentar plano de recuperação de área do Prosa

Mesmo com manutenções na área do Parque das Nações Indígenas, plano é considerado necessário

Por Silvia Frias | 18/04/2024 14:40
Projeto de recuperação deve começar no trecho da Rua Ivan Fernandes Pereira (Foto: Alex Machado)
Projeto de recuperação deve começar no trecho da Rua Ivan Fernandes Pereira (Foto: Alex Machado)

O juiz da 1ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos, Ariovaldo Nantes Corrêa, condenou a Prefeitura de Campo Grande a apresentar Prada (Projeto de Recuperação de Área Degradada) para a APP (Área de Preservação Permanente) no Córrego Prosa, no trecho próximo do Parque das Nações Indígenas.

Conforme decisão do dia 16 de abril, publicada hoje no Diário da Justiça, o Prada deve ser apresentado em prazo máximo de 18 meses, a contar do trânsito em julgado da ação civil pública impetrada pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul).

O magistrado também determinou que apresente, anualmente, cronograma específico de manutenção da estrutura de canalização do Córrego Prosa a partir de 2025. O descumprimento das medidas pode acarretar em multa diária de R$ 1 mil, chegando a R$ 500 mil.

Relatório da prefeitura em 2022 mostrou o trabalho de recuperação no muro do gabião (Foto/Reprodução)
Relatório da prefeitura em 2022 mostrou o trabalho de recuperação no muro do gabião (Foto/Reprodução)

A ação civil foi impetrada em abril de 2021, a partir de inquérito que havia sido aberto em 2016, quando o MPMS recebeu informação de que o trecho do Córrego Prosa, compreendido entre a Rua Ivan Fernandes Pereira e a Avenida Mato Grosso, estava degradado. Em vistoria, foi apurado que o concreto que revestia os fundos e margens dos córregos estavam ruindo e alguns gabiões estavam tombados. Também foram encontradas rachaduras e pedaços de concreto e pedras que obstruíram a livre passagem da água.

Em outra vistoria, foi informada a ocorrência de cortes de árvores na APP do Córrego Prosa no trecho, indicando poda indiscriminada da vegetação e remoção das espécies arbóreas das margens do leito do córrego.

Em caráter liminar, a execução de Prada foi determinada, em maio de 2021. A prefeitura de Campo Grande se manifestou na ação, recorrendo da decisão e afirmando que a manutenção é executada de forma constante. Os danos apontados nas vistorias foram sanados pela Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Gestão Urbana). O Executivo esclareceu que o trabalho está incluído no monitoramento trimestral e que equipes realizam periodicamente a limpeza das bocas de lobo com a retirada de resíduos de toda a vegetação do córrego.

Confira a galeria de imagens:

  • Campo Grande News
  • Campo Grande News
  • Campo Grande News
  • Campo Grande News
  • Campo Grande News
  • Campo Grande News
  • Campo Grande News

No despacho, o juiz reconheceu que a prefeitura fez várias obras no trecho do Córrego Prosa indicado na ação, “suficientes no momento em que foram feitas”. Porém, a manutenção e reparos são necessárias, de tempos em tempos, pois a estrutura é comprometida por conta das intempéries e da flora desenvolvida no local.

De acordo com o magistrado, o próprio laudo reconheceu a predominância da vegetação exótica leucena, sendo recomentado o plantio de mudas de espécies arbóreas nativas. O trabalho corrobora conclusão da perícia, de que houve perda da vegetação original na APP.

“Ainda que o requerido tenha realizado intervenções nas estruturas da área indicada na inicial e realizado a poda e retirada de algumas espécies arbóreas do local, a medida não foi suficiente nem supre a necessidade de recuperação da vegetação nativa do local, sendo que lhe cabia adotar as medidas necessárias para tal fim, o que não fez (...)”, disse o magistrado, acrescentando que resta “evidente a omissão do requerido quanto ao manejo da flora da área de preservação permanente e a supressão da vegetação nativa, a qual deve ser recomposta, evidente o dano ambiental”.

Da decisão, cabe recurso em instância superior.

Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais.

Nos siga no Google Notícias