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Cidades

Justiça condena “testa de ferro” de traficantes a 14 anos de prisão

Dono de revenda de veículos foi acusado de misturar negócios para dar aparência de legalidade a recursos obtidos do tráfico

Humberto Marques | 02/07/2019 14:55
Garagem foi um dos alvos da operação, em 2016. (Foto: Arquivo)
Garagem foi um dos alvos da operação, em 2016. (Foto: Arquivo)

A 3ª Vara Federal de Campo Grande condenou a 14 anos e 3 meses de prisão um dos suspeitos de responder como “testa de ferro” de uma organização criminosa investigada por tráfico internacional de drogas, principalmente cocaína lançada de aviões em propriedades rurais, alvo da Operação Serra Nevada, em 2016. André Luiz de Almeida Anselmo foi considerado culpado pelo crime de lavagem de dinheiro, em sentença que decretou, ainda, multa superior a R$ 45 mil e o perdimento de dois automóveis –um Land Rover e um Hyundai i30.

Autor da denúncia, o MPF (Ministério Público Federal) colocou André como responsável por gerenciar recursos financeiros do grupo e emprestar o próprio nome, de sua mulher e de uma revendedora de veículos para compra e ocultação de bens obtidos pelo lucro com o tráfico. A garagem –que tinha o nome fantasia de I9 e foi um alvos da operação, ao ser deflagrada em 9 de junho de 2016– também seria usada para ocultar veículos recebidos como forma de pagamento pelas drogas.

O sentenciado teria misturado negócios, legais e ilegais, na tentativa de despistar o caráter ilícito da movimentação financeira da quadrilha. Contas pessoais da família de André também teriam sido usadas para ocultar patrimônio e a origem dos valores.

Cocaína – A Serra Nevada foi deflagrada pelo MPF e Polícia Federal para investigar um grupo especializado no tráfico internacional de drogas, especializado em trazer cocaína boliviana para o Brasil. Os entorpecentes eram lançados de aeronaves em áreas rurais e, depois, levados por rodovias para outras regiões, principalmente São Paulo –principal ponto de venda da droga.

As investigações culminaram em apreensões de drogas e dinheiro –incluindo uma de 427 quilos de cocaína e outra de US$ 1,3 milhão em espécie–, além de prisões. Além desses fatos, chamou a atenção dos investigadores o padrão de vida dos envolvidos, marcado pelo luxo e ostentação por meio de veículos importados imóveis, joias, armas e munições.

A Justiça Federal decretou, ao longo da Serra Nevada, o confisco de um apartamento em São Paulo e 16 veículos, incluindo um Land Rover Vogue avaliado em mais de R$ 500 mil.

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