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Cidades

Levantamento aponta Rio Brilhante como melhor cidade e Sete Quedas, a pior

Estudo foi feito pelo Governo ouvindo mais de 28 mil famílias para auxiliar na definição de políticas públicas

Por Maristela Brunetto e Geniffer Valeriano | 12/06/2024 11:49


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Levantamento apontou que mais da metade das pessoas ouvidas declararam contar com benefício social (Foto: Arquivo/ Alex Machado)
Levantamento apontou que mais da metade das pessoas ouvidas declararam contar com benefício social (Foto: Arquivo/ Alex Machado)

 Governo do Estado divulgou hoje o desfecho de uma pesquisa que ouviu 28.850 famílias entre outubro e dezembro do ano passado para traçar um perfil da condição de vida dos moradores, identificar quem está fora do CadÚnico (Cadastro Único) e direcionar políticas públicas. O estudo, com mapeamento em todos os municípios, apontou que as melhores condições foram verificadas em Rio Brilhante, uma das cidades fortes do agro no Estado, e as piores, em Sete Quedas, região sul e fronteiriça ao Paraguai, onde foi considerado elevado o índice de vulnerabilidade social.

No caso desta cidade, pesaram a qualidade da coleta do lixo, do acesso a água e esgoto e ensino para crianças com menos de cinco anos, que não alcança 53% delas. Já em Rio Brilhante, esse serviço não chega a 30%; já as que estão na idade do ensino fundamental, foi verificado que 9% não frequentam. Foi possível ainda constatar que de cada seis mães chefes de família, uma não tem ensino fundamental completo.

O estudo seguiu metodologia do Ipea (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas) e os imóveis para abordagem foram escolhidos por sorteio. Os temas pesquisados foram o chefe da família, a moradia, as pessoas, os estudos, o trabalho e a renda, a segurança alimentar e nutricional e, por último, os valores e temas que mais preocupavam os entrevistados.

No acesso a alguns serviços, a pesquisa apontou acesso a água e esgotamento inadequado em 23% dos imóveis acessados, já a coleta de lixo era ausente em 22% e a falta de acesso a meio para deslocamento ao trabalho atingia 11% dos ouvidos pelos técnicos. Nesta área, a pesquisa considerou a vulnerabilidade muito alta.

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Ao analisar os dados sobre a vida das pessoas, o estudo apontou a mortalidade infantil como baixa, em 1%; a limitação do acesso à educação infantil elevada, com 40% das crianças de 0 a 5 anos esperando vaga; e foi classificada como muito elevado o número das que estão fora da escola no ensino fundamental e médio, na faixa de 6 a 14 anos, de 10%.

Os extremos do trabalho também foram mapeados, com 9% de crianças e adolescentes, na faixa entre 10 e 14, trabalhando, o que é proibido. Já na outra ponta, verificou-se 5% de pessoas dependente de renda obtida por idosos. Sobre a renda, o levantamento apontou  a importância do auxílio do poder público. "Podemos verificar que, em média, 55.8% da população autodeclarada vulnerável nos municípios de Mato Grosso do Sul tem sido atendida pelos programas Bolsa Família/Mais Social/Benefício de Prestação Continuada. O valor médio transferido para as famílias no ano de 2023 por estes programas foi de R$ 358,33 (Trezentos e cinquenta e oito reais e trinta e três centavos)."

O levantamento trouxe outros dados relevantes sobre o público pesquisado, como o acesso a internet por 4 a cada 5 entrevistados, utilização do SUS por 95%, um em cada três em acesso à iluminação pública e uso de aplicativo por 13% e transporte coletivo por 10%. A maioria, 68,4%, revelou que anda a pé. O levamento demonstrou que metade não procurava atendimento nos serviços de assistência social. Entre os temas que mais preocupavam as pessoas ouvidas estavam a fome, a pobreza, os problemas ambientais e a desigualdade.

Na apresentação dos números esta manhã, no Teatro Glauce Rocha, durante seminário para debater meios de reduzir a vulnerabilidade, o defensor geral do Estado, Pedro Paulo Gasparini, apontou que esse público é conhecido da instituição, a quem costuma recorrer em busca de ajuda para materializar direitos. “Diariamente são atendidas pessoas que não possuem RGs e que não têm acesso a água e luz.”

Secretária de Assistência diz que estudo vai ajudar a melhorar busca por pessoas que precisam de apoio do poder público (Foto: Marcos Maluf)
Secretária de Assistência diz que estudo vai ajudar a melhorar busca por pessoas que precisam de apoio do poder público (Foto: Marcos Maluf)

A secretária de Assistência Social e Direitos Humanos, Patrícia Cozzolino, disse que o estudo já permite aperfeiçoar a busca ativa de pessoas que precisam de apoio do poder público. Por outro lado, ela explicou que também ocorreu a exclusão de uso irregular do Mais Social, um benefício de R$ 450, com a constatação de pessoa que usou para viajar à praia ou mesmo menor de idade recebendo, o que não é permitido. Nove beneficiários foram excluídos do acesso ao auxílio.

O superintendente de Inteligência de Dados da Segem  (Secretaria-executiva de Gestão Estratégica e Municipalismo), Leandro Sauer, apontou que o levantamento envolveu 400 pessoas. "Essa foto que a gente vai estar disponibilizando pro pessoal pelo Governo do Estado é uma coisa inédita, ou seja, as prefeituras, o candidato a prefeito, atual prefeito vão ter um retrato muito claro do seu município, do que que está acontecendo agora.” Ele considera o material determinante para as autoridades definirem e implementarem políticas públicas.

O estudo pode ser acessado clicando aqui.


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