Mais da metade dos suicídios em MS são na faixa de fronteira
Mato Grosso do Sul teve a maior taxa de casos entre policiais militares e civis no Brasil no último ano
Cerca de 56% dos suicídios acontecem em municípios localizados na faixa de fronteira em Mato Grosso do Sul. De acordo com a Sejusp (Secretaria de Justiça e Segurança Pública), são 116 suicídios entre janeiro e setembro deste ano, nove somente neste mês. Segundo a pasta, cerca de 39 pessoas se suicidaram somente entre os meses de julho (21) e agosto (18).
Na madrugada desta sexta-feira (22), uma mulher de 26 anos, moradora do bairro Ipê 1, em Ponta Porã, tirou a própria vida. Pouco depois, uma adolescente de 14 anos foi encontrada morta em um assentamento, do lado paraguaio da fronteira. O médico legista Lucas Riveros destacou que a causa da morte da jovem foi por asfixia mecânica, causada por ela mesma. O município registra sete suicídios em 2023.
Os números são alarmantes em razão da densidade populacional dos municípios localizados na faixa de fronteira em relação ao número de mortes. Conforme a Sejusp, 19 dos 44 municípios da fronteira possuem 15 mil habitantes ou menos.
Segurança - Como já noticiado, Mato Grosso do Sul teve a maior taxa de suicídios entre policiais militares e civis no Brasil em 2022, conforme pesquisa divulgada nesta quinta-feira (20) pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Em 2021, o Estado se manteve empatado com Pernambuco, Sergipe e Rio Grande do Sul.
Em números, a morte de policiais por suicídio é a segunda causa que mais mata os servidores. Em 2022, foram registrados 173 assassinatos de policiais e 82 suicídios. O relatório afirma que neste ano encontraram muita ausência de dados referente a esse assunto. “Certo é que, se o problema não aparece em números, ele não existe. E se o problema não existe, desnecessária qualquer intervenção”, diz trecho do documento.
Capital - Vinícius Alves Rodrigues, de 39 anos, morreu na tarde desta quinta-feira (21), depois de cair do 4º andar do prédio que morava, no condomínio Porto Seguro, na Rua Dom Vicente Maria Prianti, Bairro São Francisco, em Campo Grande. O homem despencou de uma altura de aproximadamente 12 metros.
O condomínio onde Vinícius morava é separado por bloco e cada um deles tem quatro andares. No registro policial não foi informado se o apartamento do homem ficava na mesma torre onde ele caiu.
A morte foi registrada como a esclarecer na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Cepol, mas a polícia trabalha com a hipótese de que o rapaz pode ter se jogado do prédio.
Ajuda - Em Campo Grande, o GAV (Grupo Amor Vida) presta apoio emocional gratuito a pessoas em crise por meio de atendimento telefônico pelo número 0800 750 5554. Ligue sempre que precisar! O horário de funcionamento é das 7h às 23h, inclusive sábados, domingos e feriados.
Vítimas de depressão e demais transtornos psicológicos podem também buscar ajuda em escolas-clínicas de Psicologia, no Núcleo de Saúde Mental, CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) ou pelos telefones 141 e 188 CVV (Centro de Valorização da Vida), 190 da PM e 193 dos Bombeiros, que ajudam pacientes a romper o silêncio.
Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para entrar na lista VIP do Campo Grande News.