Malha rodoviária de MS requer investimentos de mais de R$ 2,3 bilhões aponta CNT
Estudo revela que más condições das estradas impactam setores de transporte e elevam custos para consumidores
A 26ª edição da Pesquisa CNT de Rodovias, divulgada pela Confederação Nacional de Transportes, revelou as condições da malha rodoviária em Mato Grosso do Sul, indicando um cenário desafiador que impacta diretamente a segurança e a eficiência do transporte no estado. Com base nos dados levantados, as más condições do pavimento, sinalização e geometria das estradas demandam ações imediatas e precisaria de mais de R$ 2,3 bilhões em investimento para restauração e manutenção.
De acordo com a pesquisa, dos 3.358 quilômetros de rodovias pavimentadas avaliadas em Mato Grosso do Sul, tanto em trechos federais quanto estaduais, mais da metade das características analisadas apresentam índices classificados como regulares, ruins ou péssimos. O estado geral de 51% do pavimento, 43,9% da sinalização e 64,9% da geometria da via demonstram um quadro crítico que afeta a trafegabilidade e a segurança dos usuários. (veja o quadro abaixo)
De todo o trecho pesquisado em Mato Grosso do Sul, as condições das superfícies dos pavimentos estão 58,9% desgastadas, 22,3% possuem trincas e remendos e em 5,5% foram identificados afundamentos, ondulações e buracos.
Em relação à sinalização, em 29,8% as faixas centrais estão desgastadas e em 4,1% são inexistentes, nas faixas laterais esses percentuais são de 34,4% e 7,4%, respectivamente. As placas de advertência, 87,5% estão presentes em locais não necessários. Já as placas de regulamentação estão presentes em 76,3% dos locais necessários. Do total de placas, 4,1% tem mato encobrindo a visibilidade e 4% estão desgastadas.
Na característica geometria da via, onde é avaliado o tipo de rodovia (pista simples ou dupla), a presença de faixa adicional de subida (terceira faixa), de pontes, de viadutos, de curvas perigosas e de acostamento os números são mais preocupantes, sendo 98,5% pistas simples de mão dupla, com 74,4% sem faixa adicional.
Em relação aos acostamentos, 73,1% das vias não possuem esse recurso. Do percentual que possui, 11,1% estão em más condições e 3,7% estão destruídos. Nos trechos que possuem curvas consideradas perigosas, 45,1% não estão sinalizados.
Esses problemas acarretam não apenas em questões de segurança, mas também impactam os custos operacionais do transporte, elevando em mais de 28%, impactando a rentabilidade das empresas e refletindo diretamente nos preços das cargas e na movimentação de passageiros.
As más condições de rodagem no Estado refletem em um consumo desnecessário de 30,9 milhões de litros de diesel, aumentando em aproximadamente R$ 203 milhões os custos para os transportadores. Além disso, mais de 80 mil toneladas de CO2 seriam emitidas desnecessariamente devido a essa ineficiência.
Diante desse cenário, Mato Grosso do Sul necessitaria de um investimento significativo para restaurar e melhorar sua malha rodoviária. De acordo com a pesquisa, seriam necessários mais de R$ 1,5 bilhão em ações emergenciais de restauração e outros R$ 819 milhões para manutenções, totalizando um montante superior a R$ 2,3 bilhões para aprimorar a qualidade do tráfego no estado.
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