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Cidades

Por mais eficiência em manutenção, governo espera "raio-x" das estradas

Secretário de Infraestrutura Helio Peluffo diz que o resultado do diagnóstico deve sair no início de 2024

Por Danielly Escher | 27/11/2023 14:59
Helio Peluffo, secretário Estadual de Infraestrutura, mostra mapa de estradas (Foto: Marcos Maluf)
Helio Peluffo, secretário Estadual de Infraestrutura, mostra mapa de estradas (Foto: Marcos Maluf)

Atualmente, o governo de Mato Grosso do Sul tem 22 contratos de manutenção de estradas em andamento, incluindo pavimentadas e não pavimentadas, segundo a Seilog (Secretaria Estadual de Infraestrutura e Logística). São gastos 220 milhões ao ano para serviços que incluem tapa buracos, limpeza, roçada e sinalização. O secretário à frente da pasta, Helio Peluffo Filho, diz que o desafio é ter gastos mais eficientes. Por isso um tipo de "raio-x" das estradas está sendo feito.

Precisamos diminuir o custo operacional, sermos mais eficientes. O levantamento deve ficar pronto no começo de 2024, dizendo em quais estradas eu preciso intervir e como fazer isso. Por isso vai nos guiar também em relação ao uso de novos tipos de pavimentos", detalha o titular da Seilog.

Mato Grosso do Sul tem 145 estradas estaduais com um total de 15 mil quilômetros, pouco mais da metade (8 mil km) sem pavimentação. Destes, segundo o secretário, em torno de 1.500 possuem os trechos mais preocupantes. "São 30 daqui, 40 de lá... Já sabemos que temos problemas que precisamos reduzir. Qual é a solução? Fazer um trabalho de 300 quilômetros por ano em solo melhorado usando argila, brita e cimento, incluindo um projeto de parceria com as empresas", explica destacando que essas situações envolvem trechos onde pequenos produtores e o transporte escolar, por exemplo, têm dificuldades para transitar.

Conhecemos os buracos da estradas pelo nome, sabemos onde há mais dificuldade nos momentos de chuva", diz Helio Peluffo Filho.

Secretário Helio Peluffo durante entrevista (Foto: Marcos Maluf)
Secretário Helio Peluffo durante entrevista (Foto: Marcos Maluf)

São R$ 9,8 bilhões em investimentos programados pelo governo para as estradas, a maioria dos cofres do Governo do Estado e uma parte, R$ 2,3 bilhões, de empréstimo do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).

Uma das grandes apostas da Seilog é o pavimento rígido. Projetos licitados para o ano que vem com recurso do BNDES já podem vir com o material de concreto.

"Hoje, temos um custo médio por quilômetro de aproximadamente R$ 3,5 milhões para construir uma estrada. No caso do uso de concreto pode subir para até R$ 4,8 milhões. Ele é mais caro, só que não dá manutenção por uns 30 anos. Aí podemos pegar o contrato e levar para outro setor. O levantamento vai dizer onde podemos fazer. O que determina é o tamanho da carga que eu tenho na estrada", explica o secretário reforçando que o estudo deve ficar pronto ainda em janeiro para o pavimento começar a ser colocado em projetos ainda em fevereiro.

Ainda segundo o secretário, a prioridade é atender o setor produtivo, por isso a região leste é prioridade. O governo leva em conta a movimentação cada vez maior com o escoamento de produtos, principalmente do setor madeireiro.

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Está passando muita carga pela 377 que sai de Água Clara até Inocência. A Suzano que está em Ribas vai deslocar os produtos ou chegar com matéria-prima da região de Inocência e a Arauco também vai estar sobre essa rodovia. Então vamos ter um acúmulo de carga muito grande. Uma das soluções para ela pode ser o pavimento rígido", detalha o secretário.

Helio Peluffo Filho diz que outra estrada no radar do estudo é a MS-316, que liga a região de Inocência a Costa Rica, com destaque para o maciço florestal na região. A MS-324, que é um trecho pequeno em Água Clara, é mais uma em estudo. "Já a 040, por exemplo, não sei a solução que virá", declara.

Gestão de contratos - Com gerenciadores de pavimento e de concretos nas cidades do interior, o governo ainda quer contar com supervisões indicando qual o momento de fazer consertos e que tipo de intervenção deve ser feita.

Segundo os passos dos governos de Santa Catarina e São Paulo, Mato Grosso do Sul está estudando o RDCI (Regime de Contratação Diferenciada Semi-Integrada e Integrada) e pretende implantar o sistema nos contratos envolvendo os recursos do BNDES.

Nós estregamos para as empresas o projeto básico. As empresas desenvolvem, contratam, apresentam soluções, orçamento e pagam. Criamos uma matriz de risco com parâmetros de como o projeto deve entrar na Secretaria. Não tem essa de vir aqui depois e dizer que precisa mudar o projeto, fazer aditivo", explica o secretário.

A Seilog ainda planeja entregar a manutenção de estradas para a iniciativa privada, o programa deve ser lançado em 2024. "O governo remunera pelo serviço e podemos ter uma redução entre 30 e 40 por cento no custo", finaliza Helio Peluffo Filho.

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