Por mais eficiência em manutenção, governo espera "raio-x" das estradas
Secretário de Infraestrutura Helio Peluffo diz que o resultado do diagnóstico deve sair no início de 2024
Atualmente, o governo de Mato Grosso do Sul tem 22 contratos de manutenção de estradas em andamento, incluindo pavimentadas e não pavimentadas, segundo a Seilog (Secretaria Estadual de Infraestrutura e Logística). São gastos 220 milhões ao ano para serviços que incluem tapa buracos, limpeza, roçada e sinalização. O secretário à frente da pasta, Helio Peluffo Filho, diz que o desafio é ter gastos mais eficientes. Por isso um tipo de "raio-x" das estradas está sendo feito.
Precisamos diminuir o custo operacional, sermos mais eficientes. O levantamento deve ficar pronto no começo de 2024, dizendo em quais estradas eu preciso intervir e como fazer isso. Por isso vai nos guiar também em relação ao uso de novos tipos de pavimentos", detalha o titular da Seilog.
Mato Grosso do Sul tem 145 estradas estaduais com um total de 15 mil quilômetros, pouco mais da metade (8 mil km) sem pavimentação. Destes, segundo o secretário, em torno de 1.500 possuem os trechos mais preocupantes. "São 30 daqui, 40 de lá... Já sabemos que temos problemas que precisamos reduzir. Qual é a solução? Fazer um trabalho de 300 quilômetros por ano em solo melhorado usando argila, brita e cimento, incluindo um projeto de parceria com as empresas", explica destacando que essas situações envolvem trechos onde pequenos produtores e o transporte escolar, por exemplo, têm dificuldades para transitar.
Conhecemos os buracos da estradas pelo nome, sabemos onde há mais dificuldade nos momentos de chuva", diz Helio Peluffo Filho.
São R$ 9,8 bilhões em investimentos programados pelo governo para as estradas, a maioria dos cofres do Governo do Estado e uma parte, R$ 2,3 bilhões, de empréstimo do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
Uma das grandes apostas da Seilog é o pavimento rígido. Projetos licitados para o ano que vem com recurso do BNDES já podem vir com o material de concreto.
"Hoje, temos um custo médio por quilômetro de aproximadamente R$ 3,5 milhões para construir uma estrada. No caso do uso de concreto pode subir para até R$ 4,8 milhões. Ele é mais caro, só que não dá manutenção por uns 30 anos. Aí podemos pegar o contrato e levar para outro setor. O levantamento vai dizer onde podemos fazer. O que determina é o tamanho da carga que eu tenho na estrada", explica o secretário reforçando que o estudo deve ficar pronto ainda em janeiro para o pavimento começar a ser colocado em projetos ainda em fevereiro.
Ainda segundo o secretário, a prioridade é atender o setor produtivo, por isso a região leste é prioridade. O governo leva em conta a movimentação cada vez maior com o escoamento de produtos, principalmente do setor madeireiro.
Está passando muita carga pela 377 que sai de Água Clara até Inocência. A Suzano que está em Ribas vai deslocar os produtos ou chegar com matéria-prima da região de Inocência e a Arauco também vai estar sobre essa rodovia. Então vamos ter um acúmulo de carga muito grande. Uma das soluções para ela pode ser o pavimento rígido", detalha o secretário.
Helio Peluffo Filho diz que outra estrada no radar do estudo é a MS-316, que liga a região de Inocência a Costa Rica, com destaque para o maciço florestal na região. A MS-324, que é um trecho pequeno em Água Clara, é mais uma em estudo. "Já a 040, por exemplo, não sei a solução que virá", declara.
Gestão de contratos - Com gerenciadores de pavimento e de concretos nas cidades do interior, o governo ainda quer contar com supervisões indicando qual o momento de fazer consertos e que tipo de intervenção deve ser feita.
Segundo os passos dos governos de Santa Catarina e São Paulo, Mato Grosso do Sul está estudando o RDCI (Regime de Contratação Diferenciada Semi-Integrada e Integrada) e pretende implantar o sistema nos contratos envolvendo os recursos do BNDES.
Nós estregamos para as empresas o projeto básico. As empresas desenvolvem, contratam, apresentam soluções, orçamento e pagam. Criamos uma matriz de risco com parâmetros de como o projeto deve entrar na Secretaria. Não tem essa de vir aqui depois e dizer que precisa mudar o projeto, fazer aditivo", explica o secretário.
A Seilog ainda planeja entregar a manutenção de estradas para a iniciativa privada, o programa deve ser lançado em 2024. "O governo remunera pelo serviço e podemos ter uma redução entre 30 e 40 por cento no custo", finaliza Helio Peluffo Filho.
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