“Minha fã número 1”, conta neto de Creuza, que a covid-19 levou aos 83 anos
Creuza Maria Caetano dos Santos se foi após duas semanas internada no Hospital da Unimed de Campo Grande
A covid-19 levou Creuza Maria Caetano dos Santos a 1h40 desta quarta-feira (20). Foram 83 anos de muita história para contar, pelos menos 50 deles em Campo Grande. Deixou 5 filhos – três “da barriga” e dois “do coração” – e uma penca de netos, quantidade que segundo um deles, João Gustavo, de 26 anos, cantor sertanejo da dupla com Murilo, não dá para contar nos dedos.
“Era minha fã número 1”, recorda o neto com saudades da mulher que foi uma das maiores incentivadoras de sua carreira. “Ela sempre me acompanhou e sempre me deu força”.
Do pouco que conseguiu falar sobre a avó neste dia de luto, João se lembra das histórias que Creuza contava sobre quando trabalhou no garimpo, antes de chegar a Mato Grosso do Sul, e como era tocar um hotel. Da experiência na hotelaria, uma característica, ela nunca abandonou, a de fazer comida para muita gente. “Era até engraçado. Mas, qualquer hora que a gente chegasse na casa dela, ela servia um banquete”, lembra o neto.
Os domingos na casa da avó começaram com o café da manhã, digno dos de hotel. “Era tradição, a família toda. A gente chegara para o café e passava o dia”, recorda o cantor.
João Gustavo lamenta não ter tido tempo de se despedir. Creuza estava em coma, totalmente isolada, por isso, não recebeu visitas nos seus últimos dias. Hoje pela manhã, o sepultamento foi acompanhado de longe pela família, que não sabe onde ela pode ter contraído a doença.
No Facebook, o neto postou foto com homenagem. "Desde 1937 até sempre em nossos corações!!".
A senhora foi a 17ª vítima do novo coronavírus em Mato Grosso do Sul, a 6ª em Campo Grande. Ela estava internada desde o dia 6 de maio no Hospital da Unimed.
Segundo dados da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), a paciente não tinha vínculo com nenhum caso confirmado anteriormente ou histórico de viagem. Creuza, porém, tinha histórico de doença pulmonar, hipertensão arterial, obesidade mórbida e doença arterial crônica. Depois de ter sido internada no dia 6, foi entubada e transferida para UTI no dia 10.