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Cidades

Ministério da Saúde envia 600 caixas de remédio contra covid a MS

Ao todo, são 18 mil comprimidos; cada tratamento contra a covid-19 exige 30 pílulas

Guilherme Correia e Gabriela Couto | 29/11/2022 08:58
Caixa do remédio paxlovid, que possui 30 comprimidos. (Foto: Divulgação/Pfizer)
Caixa do remédio paxlovid, que possui 30 comprimidos. (Foto: Divulgação/Pfizer)

Mato Grosso do Sul recebeu 600 caixas de paxlovid, remédio contra a covid-19, enviados pelo Ministério da Saúde. Este quantitativo corresponde a 18 mil comprimidos, já que cada tratamento exige 30 pílulas. SES (Secretaria Estadual de Saúde) disponibilizará medicamento a pacientes com diagnóstico confirmado e sintomas de leves a moderados, ou seja, considerados não graves.

Assistência farmacêutica de cada secretaria municipal de Saúde fará solicitação do quantitativo à pasta estadual, sendo obrigatória prestação de conta até o dia 10 de cada mês. Conforme publicado em Diário Oficial do Estado nesta terça-feira (29), o remédio composto por nirmatrelvir e ritonavir será destinado aos grupos específicos de pacientes imunossuprimidos com 18 anos ou mais e a pessoas com 65 anos ou mais, que não requerem oxigênio suplementar, visando diminuir os riscos de internações.

Para ter acesso ao tratamento, segundo a pasta, independentemente do status vacinal, o paciente que se enquadre em um dos grupos anteriormente citados deve cumprir os pré-requisitos de ter covid-19 confirmada por teste rápido de antígeno ou por teste de biologia molecular, além de estar entre o primeiro e o quinto dia de sintomas, apresentar quadro clínico leve ou moderado e não requerer oxigênio suplementar.

O médico prescritor deverá preencher formulário de prescrição. O medicamento deverá ser dispensado pela farmácia municipal, sob orientação do profissional farmacêutico. A recomendação de uso do medicamento é de 300 miligramas de nirmatrelvir (dois comprimidos de 150 miligramas) com 100 miligramas de ritonavir, em um comprimido, administrados simultaneamente por via oral, duas vezes ao dia, durante cinco dias.

Em caso de reação adversa ao medicamento, a mesma deverá ser notificada à vigilância sanitária. O Ministério da Saúde informou que fará reavaliação do uso deste fármaco em até 12 meses.

Vale ressaltar que a medicação não está autorizada a pacientes que precisam de hospitalização devido às manifestações graves ou críticas da covid-19; nem mesmo para profilaxia pré ou pós-exposição para prevenção da infecção pelo novo coronavírus e tratamento de casos assintomáticos.

Aprovação - O remédio paxlovid foi aprovado em 21 de novembro pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Ele poderá custar cerca de R$ 2,8 mil nas farmácias particulares, mas só estará disponível para compra após ser distribuído no SUS (Sistema Único de Saúde).

A medicação produzida pela farmacêutica Pfizer, a mesma que detém os direitos do imunizante homônimo, foi aprovada pelo órgão regulador por cumprir critérios de segurança e eficácia. Em março de 2022, já havia liberação emergencial somente para aplicação em âmbito hospitalar.

Segundo o assessor técnico do CRF-MS (Conselho Regional de Farmácia de Mato Grosso do Sul), Ronaldo de Jesus Costa, a Anvisa condicionou a liberação, inicialmente, em farmácias vinculadas ao SUS (Sistema Único de Saúde) e, posteriormente, no setor privado.

Ele estima que a rede pública receba o medicamento até meados de dezembro deste ano, mas que o setor privado tenha disponibilidade até março de 2023. “Quanto à disponibilidade ao público, vai ser um pouco mais difícil. O laboratório vai liberar para farmácias públicas, inicialmente, por recomendação da Anvisa”.

A medicação inclui doses de nirmatrelvir e ritonavir, que devem ser administradas juntas. “A nirmatrelvir é a que, efetivamente, tem o efeito, e o ritonavir, utilizado no combate ao HIV, tem a função de proteger a primeira substância no metabolismo do corpo e impedir que seja atacado”, explica o assessor técnico.

Segundo o assessor técnico, o paxlovid tem interação com outros medicamentos, o que requer uso restrito à liberação feita por médicos. “Para comprar, só com receita médica. O paciente vai passar no médico, que analisa o caso para ver se é necessário o uso. A pessoa deve passar pelo médico, obrigatoriamente, e pelo farmacêutico”.

Entre possíveis efeitos colaterais, o remédio pode causar reações alérgicas como anafilaxia ou hipersensibilidade. Ele é contraindicado para pessoas com problemas hepáticos e crianças. Também não é indicado para mulheres grávidas, segundo a bula do paxlovid. O antiviral tem objetivo de preservar organismo e impedir agravamento da doença.

O momento ideal para o seu uso é na fase inicial da infecção, preferencialmente entre o primeiro e o quinto dia desde o surgimento dos sintomas, conforme a bula do medicamento. O medicamento deve ser administrado assim que possível, após o resultado positivo do teste diagnóstico para o coronavírus e avaliação médica.

Segundo a bula da Pfizer, o paxlovid impede que o vírus se multiplique nas células e que se dissemine no corpo, o que pode ajudar o paciente a melhorar mais rapidamente. O nirmatrelvir, um dos comprimidos que vem na embalagem, é ativo contra o vírus que causa a covid. Já o ritonavir prolonga o efeito terapêutico do nirmatrelvir.

O ritonavir, um dos comprimidos que formam o paxlovid, é usado durante o tratamento de HIV e faz parte da classe de inibidores de protease, que são substâncias capazes de inibir a ação de enzimas associadas à replicação viral. Ou seja, tem a função de conter o avanço da doença.

A recomendação da OMS (Organização Mundial da Saúde) é que o paxlovid seja utilizado, prioritariamente, em pacientes com quadros leves e moderados, que tenham uma maior propensão para que a doença evolua para casos graves.

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