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Cidades

Ministério vai apurar uso de material contrabandeado em obra da Rota Bioceânica

Ministro interino dos Transportes anunciou reunião com o Ministério da Fazenda após operação da Receita

Por Jhefferson Gamarra | 19/12/2023 13:29
Receita Federal durante fiscalização na Ponte Biocêanica (Foto: Divulgação)
Receita Federal durante fiscalização na Ponte Biocêanica (Foto: Divulgação)

Em cerimônia de assinatura para execução das obras de acesso à ponte Bioceânica, realizada no Bioparque Pantanal, em Campo Grande, nesta terça-feira (19), o secretário-executivo do Ministério dos Transportes, George Santoro, que ocupa interinamente o cargo de ministro, garantiu que vai participar de uma reunião com Receita Federal para verificar as possíveis irregularidades na obra.

"A gente está tratando desse assunto e em breve teremos uma reunião com o Ministério da Fazenda para resolver esse problema com a Receita Federal," resumiu Santoro.

Secretário-executivo do Ministério dos Transportes, George Santoro durante evento no Bioparque (Foto: Marcos Maluf)
Secretário-executivo do Ministério dos Transportes, George Santoro durante evento no Bioparque (Foto: Marcos Maluf)

A operação da Receita Federal, intitulada "Ponte Segura", foi deflagrada para investigar a suspeita de utilização de materiais fruto de contrabando e descaminho na construção da ponte entre Brasil e Paraguai, parte fundamental da Rila (Rota de Integração Latino-Americana). A preocupação reside na possível estocagem e uso de insumos sem comprovação de aquisição no mercado interno ou regular importação.

Até o momento, não foram divulgados detalhes sobre eventuais apreensões nos canteiros de obras. A Receita Federal afirmou que os resultados da operação serão divulgados após a conclusão das averiguações.

A ponte, que terá 1.294 metros de comprimento e 354 metros de vão livre sobre o rio Paraguai, está sendo financiada pela Usina Binacional Itaipu, com um investimento estimado em cerca de US$ 100 milhões. A conclusão da obra é prevista para o primeiro semestre de 2025 e fará parte de uma rota que conectará os portos chilenos de Mejillones, Antofagasta, Tocopilla e Iquique.

A construção está a cargo do Consórcio PYBRA, composto pelas empresas Tecnoedil Ltda e Paulitec do lado paraguaio, juntamente com a brasileira Cidades Ltda. O engenheiro Paulo Leitão, gerente geral da PYBRA, afirmou ao que a Receita Federal solicitou a documentação dos materiais adquiridos, e o consórcio está reunindo esses documentos para fornecê-los às autoridades fiscais. Enquanto o caso está em investigação, as obras seguem normalmente.

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