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Política

Ministro interino assina execução de obra para acesso à ponte Bioceânica

Desvio pela rodovia será feito para evitar transporte de cargas pesadas por dentro da cidade de Porto Murtinho

Por Danielly Escher e Aline dos Santos | 19/12/2023 11:42
Eduardo Riedel durante assinatura de documento ao lado do diretor-geral do Dnit, Fabrício Galvão, do ministro interino dos Transportes, George Santoro e da ministra do Planejamento, Simone Tebet (Foto: Marcos Maluf)
Eduardo Riedel durante assinatura de documento ao lado do diretor-geral do Dnit, Fabrício Galvão, do ministro interino dos Transportes, George Santoro e da ministra do Planejamento, Simone Tebet (Foto: Marcos Maluf)

A cerimônia de assinatura para execução das obras de acesso à ponte Bioceânica está sendo feita na manhã desta terça-feira (19) no Bioparque Pantanal, em Campo Grande, com a participação do ministro interino dos Transportes, George Santoro, e da ministra Simone Tebet (Planejamento e Orçamento). Também assinou o documento Fabrício Galvão, diretor-geral do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte), tendo com testemunha o governador Eduardo Riedel (PSDB).

"No apagar das luzes de 2023, recebendo o senhor aqui destinando mais de R$ 700 milhões porque não podemos deixar pra 2024 o que é importante agora", disse o governador a George Santoro.

Além da ordem para execução do contorno que vai custar R$ 472 milhões em um prazo de 29 meses, foi assinada a restauração do pavimento de 101 quilômetros da BR-267, estrada onde a alça de acesso será feita. São mais R$ 239 milhões em investimentos na região.

O corredor rodoviário Bioceânico ou Rila (Rota de Integração Latino-Americana) possibilitará o encurtamento de transporte para o escoamento de produtos brasileiros ao mercado asiático. De Mato Grosso do Sul, passando por Paraguai e Argentina até o porto chileno de Antofagasta, a distância será de 2.254 quilômetros.

Para acessar a ponte binacional sobre o Rio Paraguai entre Porto Murtinho e Carmelo Peralto no Paraguai, será preciso seguir pela BR-267 e fazer um contorno rodoviário à direta da cidade. No dia 15 de novembro, o Campo Grande News noticiou a homologação do resultado da licitação para o consórcio PDC Fronteira fazer as obras do contorno de 13 quilômetros.

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Segundo o Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), o traçado passando por dentro da cidade de Porto Murtinho não é a melhor opção porque provoca tráfego intenso de caminhões à espera de descarga no porto do Rio Paraguai. A intensa ocupação no entorno impede adequações no traçado, por isso a proposta do contorno. A implantação do desvio em pista simples com acostamento prevê redução dos custos com o frete e transporte, melhores trafegabilidade, segurança e logística de escoamento de bens de consumo, alegam as autoridades envolvidas no projeto. Também é levada em conta a redução no tempo de permanência dos usuários na rodovia.

Além da pavimentação, serão necessários a construção de centro aduaneiro e trabalho de terraplanagem, para acesso elevado à ponte. Essas duas ações constam como as que consumirão maior parte dos recursos, somando cerca de R$ 270 milhões. Para pavimentação, a previsão é de R$ 23,3 milhões.

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Trata-se de um Centro Integrado de Controle de Fronteira para reduzir impactos socioeconômicos nas proximidades, evitando acúmulo de pessoas e prática de crimes. O local em Mato Grosso do Sul para controle de passageiros em carros e ônibus terá representantes da Receita Federal, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento).

Estrutura - São 10.000 m² em uma área aproximada de 40 hectares. Haverá posto para inspeção de veículos de passageiros com canil compartilhado, pontos de ônibus, locais de coleta de resíduos, guaritas de controle, ambulatórios, instalação de despachantes aduaneiros, edifício de operação do recinto aduaneiro e inspeção zoofitosanitária, câmaras frias, depósito de mercadorias apreendidas, áreas para apreensão de veículos e tratamento de fumigação (processo com substâncias químicas para controle de pragas), curral e aviário.

A ponte - A estrutura está com 40% da obra concluída. O acesso em construção que ligará Porto Murtinho a Camelo Peralta, no Paraguai, terá extensão aproximada de 1.294 metros, dividida em três trechos. O contratado para tocar a obra é o Consórcio PYBRA, sob a gestão do Ministério das Obras Públicas e Comunicações. Obra é considerada o pontapé para o avanço do Corredor Rodoviário Bioceânico, um conjunto de pontes e estradas que vai atravessar o estado de Mato Grosso do Sul, o Chaco paraguaio, as províncias do noroeste argentino e os portos do norte do Chile.

Construção da ponte binacional entre Brasil e Paraguai (Foto: Toninho Ruiz)
Construção da ponte binacional entre Brasil e Paraguai (Foto: Toninho Ruiz)

Expedição Rila - No fim de novembro, representantes de Mato Grosso do Sul percorreram os 2,5 mil quilômetros da Rota que passa por Brasil, Paraguai, Argentina e Chile. "Vimos que todos os países estão executando obras para ligar Porto Murtinho aos Portos Chilenos. Na questão alfandegária percebemos a dificuldade ao longo da expedição. Vimos também a necessidade de estabelecer um acordo sobre segurança para tráfego de cargas e pessoas", disse o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação, Jaime Verruck.

Estudos da Empresa de Planejamento e Logística (EPL) apontam que o corredor pode encurtar em mais de 9,7 mil quilômetros de rota marítima a distância nas exportações brasileiras para a Ásia. Para a China, por exemplo, pode reduzir em 23% o tempo, cerca de 12 dias a menos que pelo Oceano Atlântico.

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