Mortes por covid de pacientes sem comorbidade voltam a crescer
Atualmente, cerca de 18% das vítimas de covid-19 não tinham nenhum tipo de problema prévio de saúde
Mortes por covid-19 de pacientes sem comorbidade voltam a crescer nos últimos meses em Mato Grosso do Sul e triplicaram, na comparação com janeiro deste ano. Levantamento feito pela reportagem, com dados extraídos do painel Mais Saúde, corrobora com o que já tem sido reportado sobre os efeitos mais letais da variante P1.
Enquanto todas as 13 vítimas registradas em maio do ano passado tinham algum problema de saúde, 7 das 38 mortes deste mês são de pacientes não inseridos neste grupo de risco - o equivalente a 18,4%. Além disso, em janeiro representava apenas 6% do total de vítimas.
É importante ressaltar que, assim como nos demais meses, as confirmações de óbitos demoram até serem mapeadas pelas autoridades de saúde, então maio pode vir a registrar centenas de mortes ao longo das semanas, assim como verificado em outros períodos.
Com exceção de abril do ano passado, quando foram confirmadas 11 mortes ao todo e quatro eram de pacientes sem comorbidade, os demais meses apresentaram índices mais inferiores. Junho, até então, foi mês com maior registro de óbitos nesse grupo, e na sequência houve redução e estabilidade. Apesar disso, desde março deste ano o índice apresentou aumento proporcional.
Na prática, inclusive, são 165 mortes nesse grupo registradas em abril, enquanto o mês anterior - mais crítico até então - registrou 205. No final de março, o Campo Grande News já havia noticiado que mortes de pessoas sem comorbidades e com menos de 60 anos também haviam triplicado entre o começo e fim do 1º trimestre do ano.
Comorbidades - Mesmo que ainda não tenham sido totalmente apuradas as relações entre determinados problemas de saúde e a mortalidade pela covid, as comorbidades são frequentemente tratadas como fatores que aumentam o risco de óbito.
Portanto, é importante ressaltar que, em toda a pandemia, mais de 80% das vítimas de coronavírus tinham algum tipo de agravo pré-existente de saúde, o que motivou que esse grupo fosse inserido entre os prioritários, conforme diretrizes do Ministério da Saúde. Por isso, alguns municípios do Estado - como é o caso da Capital - já têm feito a vacinação nessas pessoas, mesmo que tenham ou não idade superior a 60 anos.
Para se vacinar, quem tiver algum tipo de comorbidade tem de apresentar laudo médico atualizado. Veja a lista de quais condições médicas são consideradas: