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Cidades

MS está entre os 6 estados com aumento no número de homicídios no Brasil

Em 2022, MS registrou 568 mortes violentas intencionais; em 2023, foram 603 óbitos nessa classificação

Por Silvia Frias | 18/07/2024 10:53
Homem assassinado a tiros em Campo Grande, em outubro de 2023 (Foto/Arquivo/Juliano Almeida)
Homem assassinado a tiros em Campo Grande, em outubro de 2023 (Foto/Arquivo/Juliano Almeida)

Mato Grosso do Sul registrou aumento de 6,2% no número de mortes violentas intencionais em 2023, o terceiro maior percentual de crescimento registrado no Brasil, segundo dados do Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgados hoje. Foram 603 homicídios, enquanto em 2022 foram contabilizados 568.

Essa classificação engloba homicídio doloso, latrocínio, lesão corporal seguida de morte e morte decorrente por intervenção policial.

Os dados da edição 2023 do Anuário Brasileiro de Segurança Pública indicam o maior crescimento no Amapá (39,8%), seguido de Mato Grosso (8,1%). Mato Grosso do Sul aparece empatado com Pernambuco (6,2%), seguidos por Minas Gerais (3,7%) e Alagoas (1,4%).

Os seis estados estão na contramão dos dados gerais do Brasil. O país teve queda pelo terceiro ano seguido. Foram 46.328 homicídios no ano passado, taxa de 22,8 casos para cada 100 mil habitantes, o que representa redução de 3,4% ante ao indicador em igual período de 2022, quando foram contabilizados 47.963 óbitos.

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Dados de MS - O anuário indica que houve queda no índice de homicídios dolosos em Mato Grosso do Sul. Em 2022 foram 498 mortes nessa classificando e, no ano passado, 448. Também houve redução dos latrocínios, que passaram de 13 para 6 registros.

Os dados, dentro dos crimes violentos letais intencionais, acompanharam a tendência nacional. No Brasil, os homicídios caíram de 39.881 para 38.595 óbitos e os óbitos relacionados a latrocínios passaram de 1.243 para 981 no comparativo 2022/2023.

Porém, MS registrou aumento na lesão corporal seguida de morte, passando de 6 para 16 e nas mortes decorrentes de intervenção policial: neste caso, foram 51 óbitos em 2022 e 133 no ano passado.

Três regiões intermediárias de MS, modelo de divisão regional instituído pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), são citadas no anuário: Dourados, Corumbá e Campo Grande, nessa ordem, figuram como as localidades, que englobam outros municípios, em que os casos de mortes violentas tiveram maiores taxas.

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Cor da morte – O anuário aponta que os negros permanecem sendo as maiores vítimas das mortes violentais intencionais, representando 78% do total dos registros nacionais. Em relação à idade, seguindo a tendência de anos anteriores, metade dos mortos tinham até 29 anos (49,4%)

Em relação ao instrumento utilizado, as armas de fogo seguem sendo o instrumento mais utilizado para matar, responsáveis por 73,6% das ocorrências.

Em relação ao local onde se deu a morte, as vias públicas continuam sendo o local mais frequente em todas as ocorrências. Porém, o estudo chama atenção para o fato de que 19,5% dos casos de óbito por intervenção policial ocorreram dentro de residências, “abrindo um novo e amplo espaço para debate sobre padrões de policiamento e de uso da força”.

O estudo aponta que a disputa entre facções e a letalidade policial estão entre os principais motivos ligados a esses casos de morte violenta, citando, principalmente, as regiões Norte e Nordeste do País.

Longo caminho - Segundo avaliação descrita no anuário, no Brasil, as mortes violentas intencionais tiveram uma redução de 3,4% em suas taxas por 100 mil habitantes em 2023, em relação ao ano anterior.

“Os níveis de violência letal no Brasil estão longe de serem considerados adequados e/ou condizentes com padrões mínimos de desenvolvimento humano e social. É preciso reconhecer que a tendência de queda é consistente e constante, mas é preciso alertar para o fato de o trajeto ainda ser longo e tortuoso. E esse caminho fica nítido na análise dos dados subnacionais, que mostram que a queda da violência letal no Brasil é desigual e heterogênea”.

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