MS liderou número de casos de violência contra Indígenas em 2023
Relatório do Cimi mostra que Estado teve 93 casos de violência; desse total, 43 foram assassinatos
Mato Grosso do Sul registrou o maior número de casos de violência contra pessoas em 2023 entre os estados brasileiros, com 93 incidentes, segundo o Relatório de Violência contra os Povos Indígenas no Brasil divulgado pelo Cimi (Conselho Indigenista Missionário). Ao todo, o país teve 411 casos de violência contra pessoa registrados no período.
O relatório revela que Mato Grosso do Sul também ocupa o segundo lugar em número de assassinatos de indígenas em 2023, com 43 mortes registradas, e fica atrás apenas de Roraima, que contabilizou 47 assassinatos. O Amazonas aparece em terceiro lugar, com 36 mortes.
Entre as vítimas está Clelson Velasques Verón, um guarani-kaiowá de 32 anos, que desapareceu no dia 6 de outubro de 2023 na Aldeia Jaguapiru, em Dourados, a 251 km de Campo Grande.
Segundo a Polícia Civil de MS, Agnaldo Gimenes Almirão, de 47 anos, foi preso no dia 20 de outubro e confessou o crime. Seu irmão, Luiz Gimenes Almirão, de 44 anos, também acusado de envolvimento, está foragido. Ambos são irmãos da ex-mulher de Clelson.
Outros tipos de violência - Em todo o Brasil, o relatório do Cimi documentou diversos tipos de violência contra pessoas indígenas em 2023: 15 casos de abusos de poder; 17 homicídios culposos; 17 ameaças de morte; 18 lesões corporais dolosas; 40 ameaças diversas; 35 tentativas de assassinato; 38 casos de racismo e discriminação; 208 assassinatos; e 23 casos de violência sexual.
Além disso, em relação aos casos de violência decorrentes de omissão do poder público, foram registradas 1.040 mortes de crianças de até 4 anos e 180 suicídios, sendo 37 ocorridos em Mato Grosso do Sul, o segundo maior número, atrás apenas do Amazonas, com 66 casos. Roraima registrou 19 suicídios.
O relatório também destacou a violência contra o patrimônio indígena, com 150 casos de conflitos por direitos territoriais, 276 casos de invasões possessórias, exploração ilegal de recursos e danos ao patrimônio, e 850 casos de omissão e morosidade na regularização de terras em todo o país. Mato Grosso do Sul registrou 190 desses casos.
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