Tensão impera em área de conflito e produtores protestam hoje no MPF

A tensão entre indígenas e produtores rurais predomina na área de conflito no entorno da Aldeia Panambi, no município de Douradina. Os guarani-kaiowá denunciam intimidações durante a noite e tentativas de despejo forçado. Já os produtores afirmam serem os verdadeiros donos das terras e mantêm acampamento em frente à área ocupada há oito dias.

Vídeos divulgados em redes sociais de entidades que lutam pela causa indígena mostram produtores rurais arrancando estacas que seriam usadas para montagem de barracos e caminhonetes circulando em volta do acampamento na noite de ontem (veja as imagens acima).

“Estão avançando e diminuindo o espaço do acordo, estão quebrando o acordo de não atacar. Uma caminhonete preta está passando rodeando o acampamento a toda velocidade”, afirmou indígena em áudios enviados pelo celular.

Os dois lados se acusam mutuamente de incendiar a palha de lavouras de milho no entorno da Aldeia Panambi/Lagoa Rica. Equipes da Força Nacional seguem na área para evitar confrontos.

Nesta segunda-feira às 14h, representantes dos dois lados se reúnem na sede do MPF (Ministério Público Federal) em Dourados para tentar estabelecer um acordo. A área, de 12 mil hectares, foi identificada por relatório da Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) em 2011, mas o processo está parado na Justiça.

Revoltados com recrudescimento das ocupações, produtores rurais prometem protesto em frente ao MPF nesta segunda, durante a reunião. A convocação está sendo feita pela Cadisul (Casa da Direita Sul-Mato-Grossense).

Em nota divulgada em grupos de aplicativos de conversa, a entidade afirma que o ato será pacífico contra invasões de terra e por paz no campo. A entidade pediu que os manifestantes levem “cartazes de indignação” e alerta ser proibido levar “qualquer tipo de arma ou ferramentas de agressão”.

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