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Cidades

MS tem a 3ª maior taxa de contaminação do novo coronavírus no País

Em 15 dias, índice passou de 0,8 para 4,93; secretário de Saúde, Geraldo Resende diz que cada cidadão precisa fazer sua parte

Silvia Frias | 28/05/2020 11:06
Secretário diz que todos devem colaborar para redução de contágio (Foto/Arquivo: Marcos Maluf)
Secretário diz que todos devem colaborar para redução de contágio (Foto/Arquivo: Marcos Maluf)

Mato Grosso do Sul ocupa a 3ª posição nacional entre os estados com maior avanço da taxa de contágio do novo coroavírus (covid-19), índice considerado alarmante por indicar franca evolução da doença, conforme a pesquisa do grupo Covid-19 Analytics. Em 15 dias, o índice passou de 0,81 para 4,93.

O Estado teve um "boom" de confirmações depois que casos se espalharam por plantas frigoríficas. O Frigorífico Brasil Global Agroindustrial Ltda., em Guia Lopes da Laguna, é o que tem mais funcionários contaminados - passou de 100 o número de positivos. Em seguida, está a Seara Alimentos (JBS) e a BRF S.A, ambos em Dourados, e em quarto lugar, o Frigorífico Franca Comércio de Alimentos Ltda., em Bonito.

Pelo levantamento, nos últimos dias, a taxa sofreu leve queda, mas se mantém como uma das mais altas do pais: 3,81. A média nacional é de 1,92.

O grupo é formado por professores da PUC-Rio, que criou modelo de previsão do avanço do doença no Brasil. Em relação a Mato Grosso do Sul, o índice de 0,8 foi calculado no dia 30 de maio e, a partir do dia 15 de maio chegou ao terceiro maior índice nacional. Isso quer dizer que cada habitante infectado transmitiu a doença para média de 4,93 pessoas, segundo a pesquisa. Com a taxa menor, essa proporção cai um pouco

"Isso significa que a cada 10 pessoas que têm o vírus, vamos contaminar 38 pessoas. Se essa taxa persistir, a cada 100 serão 380 infectadas a mais e assim por diante", explica o secretário Estadual de Saúde, Geraldo Resende.

No boletim divulgado há pouco, ele falou sobre o alto índice de contágio. "Se essa taxa persistir, a cada 100 serão 380 pessoas a mais; cada um dos sul-mato-grossenses tem de colaborar neste momento”, disse o secretário.

A pesquisa, segundo divulgado pelo jornal O Globo, indica queda na taxa, porém, ainda longe do índice de 1,0 considerado básico para estabilizar a pandemia.

De 2,53 em 1º de maio, o número básico de reprodução (que indica a taxa de espalhamento do vírus e é representado em estudos pela variável R) chegou a 1,92 no domingo, o que ainda é considerado preocupante pelos epidemiologistas.

O estado com maior índice de contagio é Goiás. Por lá, cada habitante diagnosticado com Covid-19 aparentou contaminar em média 5,63 pessoas durante o período de infecção. A curva do estado está em franca evolução. No último dia 8 (ou seja: há menos de três semanas) o R era de 1,19.

No Rio Grande do Norte, a ascensão também chama a atenção. Neste mesmo período, o índice subiu de 1,9 para 4,88. É esperado que estados com a epidemia de início mais recente tenham número crescendo mais rápido, dizem os cientistas.

Hoje, quem está mais próximo da estabilidade é o Ceará. O terceiro estado em casos de Covid-19 (mais de 37 mil) registra R de 1,08. A taxa cearense foi de 3,01 em 22 de abril e tem caído desde então.

“Antes da segunda quinzena de junho não vamos ver um índice menor do que 1,0 no Brasil. Talvez em alguns municípios. Mas nos estados demora um pouco”, disse o pesquisador da Universidade da Califórnia e membro do Covid-19 Analytics, Gabriel Vasconcelos.

 O cálculo para chegar ao índice de reprodução inclui fatores como a taxa de crescimento e os números de pacientes recuperados e de casos ativos (que estão com a Covid-19 no momento).

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