Na 1ª fase em MS, mais de 700 com sintomas de covid perderam Enem
Candidatos com covid-19 ou até com suspeita poderiam solicitar remarcação da prova

No primeiro dia de provas do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), neste domingo (17), 703 jovens com idade entre 17 e 20 anos apresentaram atestado de diagnóstico positivo e ativo para a covid-19 para faltar ao exame.
Levantamento feito pelo Campo Grande News selecionou essa faixa etária, já que mais da metade (56,5%) dos inscritos tem até 20 anos de idade. E maior parte de quem se forma no Ensino Médio, principal público que faz a prova, tem 17 anos ou mais.
Conforme dados da SES (Secretaria Estadual de Saúde), maior parte (600) está em tratamento domiciliar (quarentena), enquanto há pelo menos quatro que estão hospitalizados em leitos clínicos ou de terapia intensiva.
O número que pode ser preocupante é a quantidade de casos cujo “status” está classificado como “ignorado” por parte da pasta estadual. Segundo boletim epidemiológico, há 99 pessoas entre 17 a 20 anos de idade que estão sem detalhamento de sua situação atual.
Isso poderia agravar a quantidade de jovens internados em dia de Enem, ou até mesmo que estão com o vírus mas não necessariamente estão em casa fazendo quarentena. No total, 6.825 jovens nessa faixa etária já tiveram a covid-19 em algum momento, com 6.120 recuperados.
Somente na Capital, há 294 casos ativos da doença entre a faixa etária analisada. A boa notícia é que quase todos (288) são pacientes cujo registro define como "isolamento domiciliar". Há apenas dois com situação "ignorada", o que mostra bom rastreio entre pacientes que moram em Campo Grande.
Remarcar a prova - Segundo o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), candidatos do Enem que estejam com covid-19 ou até com "suspeita de contágio" poderão solicitar reaplicação da prova. Para isso, devem fazer um comunicado pela Página do Participante até um dia antes da prova e entrar em contato por meio do telefone 0800 616161 para relatar a situação.
É exigido que comprove o diagnóstico, e deverão ser inseridos: nome completo do participante, diagnóstico médico e o código correspondente na CID 10 (Classificação Internacional de Doença) e assinatura e identificação do médico, com respectivo registro do CRM (Conselho Regional de Medicina).
O documento para comprovar a doença pode ser um resultado positivo para o teste de coronavírus, um atestado ou relatório médico. O arquivo deve ser anexado e enviado em formato PDF, PNG ou JPG, com o tamanho máximo de 2MB.
Além disso, candidatos com outras doenças "infectocontagiosas" também podem solicitar a reaplicação. São elas: coqueluche, difteria, doença invasiva por Haemophilus influenza, doença meningocócica e outras meningites, varíola, influenza humana A e B, poliomielite por poliovírus selvagem, sarampo, rubéola e varicela.
Ainda segundo o Inep, a responsabilidade desse procedimento é totalmente dos participantes.
Enem – A versão impressa do Enem será aplicada em 17 e 24 de janeiro e a versão digital, em 31 de janeiro e 7 de fevereiro. O procedimento para remarcar a prova por causa da covid-19 é o mesmo para todos os candidatos. A reaplicação ocorrerá nos dias 23 e 24 de fevereiro e será impressa - mesmo para os que, inicialmente, fariam a versão digital.
Mais da metade (56,5%) dos inscritos para o Enem tem até 20 anos de idade, segundo o Inep.
O grupo de inscritos até os 18 anos concentra 40,6% do total, enquanto 15,9% têm 19 e 20 anos. Na faixa dos 21 a 30 anos estão 28,9% dos inscritos para o Enem 2020, enquanto outros 14,4% têm entre 31 a 59 anos. Há ainda 12.982 inscritos acima dos 60 anos.