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Cidades

Na luta diária com passageiros sem máscara, motoristas vivem momento de alívio

Motoristas dizem que trabalham apreensivos desde início da pandemia, enfrentando resistência nos coletivos

Silvia Frias e Alana Portela | 30/04/2021 10:19
O motorista de ônibus Rogério Campos diz que vai trabalhar feliz após vacina (Foto: Paulo Francis)
O motorista de ônibus Rogério Campos diz que vai trabalhar feliz após vacina (Foto: Paulo Francis)

“Estamos na linha de frente desde o começo da pandemia”, afirmou o motorista do transporte coletivo Adnei Portilho, 50 anos, que hoje, aliviado, tomou a 1ª dose da vacina contra covid-19. A categoria enfrenta, diariamente, resistência de parte da população em usar a máscara, item básico de biossegurança e que é motivo constante de aborrecimento nos ônibus.

Portilho trabalha há 10 anos como motorista de ônibus e aguardava com ansiedade a vacinação. Hoje, foi um dos que levantaram cedo em busca da imunização. Ele foi até o Guanandizão para a 1ª dose da Oxford/AstraZeneca. Os trabalhadores dessa categoria, com 18 anos ou mais, entraram nessa etapa do cronograma, que agora seguirá o PNI (Plano Nacional de Imunização), enfocando os grupos prioritários.

Um episódio recente evidenciou a luta diária da categoria em lidar com quem não gosta de usar a máscara. O vídeo gravado dentro do ônibus da linha 085 mostra discussão com mulher que se recusa a coloca o item. Posteriormente, ela foi identificada e estaria em momento de crise, por não tomar os medicamentos prescritos para esquizofrenia.

Adnei diz que adverte passageiros sempre para que usem máscara (Foto: Paulo Francis)
Adnei diz que adverte passageiros sempre para que usem máscara (Foto: Paulo Francis)

Mas, diariamente, Portilho diz que os motoristas precisam pedir aos passageiros que coloquem a máscara. “A pessoa sabe da sua obrigação, mas tem gente que não liga e o motorista tem sempre que estar cobrando, a gente sofre por entrar nesse conflito”.

Segundo o motorista, há casos de passageiros que entram comendo ou estão com máscara no queixo e não reclamam quando são advertidos. Porém, as discussões não são raras. “Te olham torto, desrespeitam, causam tumulto, é revoltando e muitos colegas relatam a mesma coisa”.

Rogério Campos, 42 anos, trabalha há 15 anos no transporte coletivo e há um ano estava apreensivo. A atividade do setor foi suspensa por poucos dias, no início do ano passado, mas, depois voltou ao normal sem nunca ser interrompida.

Agora, com 1ª dose, se sente aliviado. “Sofremos o desrespeito e alguns usuários, mas saio daqui menos apreensivo e volto a trabalhar feliz”.

Vacinação no Guanandização começou às 7h e segue até 17h (Foto: Paulo Francis)
Vacinação no Guanandização começou às 7h e segue até 17h (Foto: Paulo Francis)


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