Nem polícia intimidou homem que matou ex-mulher e filho na saída de escola
Em maio, quando foi preso por violência doméstica, Ezequiel ameaçou a ex-mulher na frente dos policiais
Nem a polícia intimidava o estudante de Medicina Ezequiel Lemos Ramos, de 39 anos, preso em flagrante na tarde de ontem (12), após matar a tiros a ex-mulher, Michelli Nicolich e o filho caçula, em frente a uma escola na Zona Leste de São Paulo.
No dia 19 de maio, ao ser preso em flagrante por ameaça (no âmbito da violência doméstica) e posse ilegal de arma de fogo, Ezequiel coagiu Michelli, dentro da Dam (Delegacia de Atendimento à Mulher), na frente dos policiais militares e civis dizendo: “você é louca de fazer b.o, se você abrir a boca e fazer b.o, você vai ver”.
Na época, os dois eram casados e viviam em Ponta Porã com os filhos. Em depoimento, a vítima contou à polícia que o casal teve discussão por ciúmes e, no dia dos fatos, o marido chegou da faculdade exigindo que ela saísse do imóvel.
Michelli, então, pediu um prazo. Armado com uma pistola, o marido passou a ameaçá-la, engatilhou a arma e apontou para a sua cabeça e disse: “vou ficar longe de você pra eu não dar um tiro na sua cara, pra eu não ser preso, não preciso pagar pistoleiro, eu mesmo faço”.
Desesperada, Michelli saiu correndo e acionou a polícia. Na casa, foram apreendidas 152 munições. Ezequiel chegou a fugir, mas depois retornou e foi preso em flagrante. Indagado se tinha armas, ele disse que era CAC (colecionador de armas, atirador desportivo e caçador) e tinha as deixado na casa de um amigo. Posteriormente, a polícia encontrou duas armas escondidas na casa dele.
Ao ser ouvida, Michelli contou que era comum Ezequiel portar pistola dentro do carro, temia que o ex-marido saísse da cadeia e a procurasse para concluir as ameaças. Na ocasião, ela contou ainda que pretendia retornar para a sua cidade natal, São Paulo. Michelli pediu medida protetiva e oito dias depois e foi embora com os dois filhos para a capital paulista, onde desde então estava vivendo.
Ezequiel teve a prisão em flagrante convertida em preventiva, mas cerca de 1 mês depois foi solto. Ele chegou a usar tornozeleira eletrônica enquanto respondia a processo pelos crimes, mas alegou constrangimento ao frequentar as aulas de Medicina e no dia 13 de julho o monitoramento foi desativado.
Ezequiel foi preso em flagrante após matar a tiros a ex-mulher e o filho caçula, em frente a uma escola na Zona Leste de São Paulo. O crime aconteceu na tarde de ontem (12). Em entrevista a jornais de São Paulo, o irmão de Michelli, Jackes Nicolich, disse que ela e os filhos viveram por 5 anos em Ponta Porã, para ficar com Ezequiel que fazia Medicina no Paraguai. Mas depois de sofrer agressões, a irmã se mudou para São Paulo havia quatro meses.