Número de mortes violentas em MS aumenta 1,2% em 2020, aponta relatório
Dados incluem de homicídios a lesões corporais seguidas de morte
Mato Grosso do Sul registrou aumento de 1,2% no número de mortes violentas em 2020, segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado nesta quinta-feira (15) pelo FBSP (Fórum Brasileiro de Segurança Pública). A taxa ficou em 17,5 mortes a cada 100 mil habitantes.
As mortes violentas intencionais incluem homicídio doloso (quando há intenção de matar), latrocínio (roubo seguido de morte), lesão corporal seguida de morte, mortes por intervenção policial e assassinato de policiais. Em 2019, o Estado registrou 459 homicídios, número que subiu para 467 em 2020.
Latrocínios (17) e lesões corporais seguidas de morte (9) mantiveram o mesmo patamar nos últimos dois anos. Um policial foi morto em 2019, contra quatro no ano passado. Já as mortes em intervenções policiais despencaram de 62 para 21.
O Estado acompanhou a tendência nacional e registrou aumento nos índices, a primeira alta desde a posse do presidente da República, Jair Bolsonaro. O Brasil registrou mais de 50 mil assassinatos, 23,6 a cada 100 mil habitantes.
Desde 2014, Mato Grosso do Sul vinha registrando redução nas mortes violentas intencionais.
Armas e pandemia - O número de armas registradas por cidadãos sul-mato-grossenses saltou 39,99% entre 2019 e 2020. Em 2019, foram registrados 8,6 mil armamentos, e em 2020, esse número saltou para 12 mil.
Com a pandemia de Covid-19, 1.599 policiais foram afastados por terem contraído a doença causada pelo novo coronavírus. Foram 145 policiais civis e 1.454 militares, sendo um civil e três militares que morreram em decorrência da doença.
Diretor-presidente do Fórum, o sociólogo Renato Sérgio de Lima relaciona o aumento nas mortes violentas com o maior número de armas com cidadãos, bandeira de Bolsonaro.
“Já é possível perceber correlação entre o aumento de armas de fogo e o números de assassinatos. Para o País inteiro, a política de liberalização começa a ter efeito nas ruas, embora essa não seja a única causa”, disse ao jornal O Estado de S.Paulo.