Ocupação de UTI infantil chega a 160% e mostra alta circulação da covid em MS
No domingo, eram oito crianças precisando de cuidados intensivos, mas o Estado só tem cinco UTIs infantis
O número de crianças em leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) públicas nesta semana ultrapassou em 60% a capacidade de internação, conforme boletim diário da SES (Secretaria de Estado de Saúde) sobre a covid-19 em Mato Grosso do Sul.
No domingo, taxa alcançou 160%, com oito crianças precisando de cuidados intensivos, mas o SUS (Sistema Único de Saúde) só mantém cinco UTIs infantis.
Para o médico infectologista e pesquisador da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), Júlio Croda, o recorde revela mais sobre a pandemia: que a circulação do vírus da covid-19 é intensa e que com as crianças na escola – rede privada – haverá mais delas sendo infectadas devido à sua maior mobilidade.
“No começo da pandemia não tínhamos escolas funcionando e até na segunda onda eram menos casos, mas agora as escolas estão abertas e haverá mais circulação do vírus nesses espaços”, explica.
Para ele, mesmo que as crianças e os mais jovens – até 19 ou 20 anos – tendam a apresentar quadros mais brandos de covid-19, com a maior circulação viral, aqueles que porventura não pegariam a doença, acabam se infectando e revelando que podem ser tornar casos graves. “Quanto mais circulação do vírus, mais pessoas infectadas”.
No boletim de ontem, a situação se mostrava mais amena, com apenas três internados em UTI pediátricas. No entanto, o quadro se manteve com alta ocupação desde sexta-feira, quando havia seis internados e até segunda, quando havia sete.
A reportagem entrou em contato com a SES para saber se as crianças internadas apresentam comorbidades, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição.