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Cidades

Onze anos depois, preso por causar aborto e morte de cunhada vem a MS para júri

Justiça marcou o julgamento de Hugleice da Silva, que também ocultou o corpo da cunhada grávida dele

Viviane Oliveira | 02/09/2022 09:34
Hugleice quando foi preso por tentar matar a eposa, irmã de Marielly (Foto: reprodução / Alto Taquari em Pauta) 
Hugleice quando foi preso por tentar matar a eposa, irmã de Marielly (Foto: reprodução / Alto Taquari em Pauta)

Atualmente preso na Penitenciária Major Eldo de Sá Corrêa, em Rondonópolis, Mato Grosso, Hugleice da Silva, de 38 anos, será escoltado até Mato Grosso do Sul para julgamento no dia 15 deste mês, no Tribunal do Júri em Sidrolândia, distante 71 quilômetros de Campo Grande. O júri está marcado para às 9h e deve movimentar a cidade que ficou chocada com a história em 2011.

Hugleice e o enfermeiro Jodimar Ximenes Gomes, 51 anos, serão julgados 11 anos após provocar aborto e também por ocultação de cadáver de Marielly Barbosa Rodrigues, à época com 19 anos, em crime ocorrido em Sidrolândia e de grande repercussão no Estado.

No Estado vizinho, Hugleice cumpre pena por homicídio tentado qualificado ocorrido em 2018 contra a esposa, Mayara Barbosa, irmã mais velha de Marielly. Ele foi condenado no dia 11 de novembro de 2020 a 12 anos e 3 meses de reclusão em regime inicial fechado.

Em MS - O processo sobre o aborto que terminou na morte de Marielly tramita na Justiça desde 8 de agosto de 2011, quando o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) ofereceu denúncia contra Jodimar e Hugleice. O caso, porém, já era de conhecimento público desde maio daquele ano, quando Marielly desapareceu.

A família mobilizou buscas, fazendo cartazes com o rosto da jovem sorridente de aparelho nos dentes. O último vestígio conhecido dela naquele período foi uma passagem pelos corredores do Aeroporto Internacional de Campo Grande.

Corpo encontrado - No dia 11 de junho de 2011, o corpo da jovem foi encontrado em estrada vicinal, a 4,2 km da rodovia MS-162, em Sidrolândia. Durante as investigações, a polícia começou a desconfiar do comportamento do cunhado da jovem, Hugleice, que aparentava nervosismo. Com a quebra de sigilo telefônico, a polícia encontrou ligações entre os dois e mapeou o caminho seguido por Marielly até o município.

Em depoimento, ele confessou que mantinha relacionamento com a cunhada e que a jovem engravidou. Em acordo, foram até Sidrolândia para que ela fosse submetida a aborto. Hugleice contratou o enfermeiro Jodimar Ximene Gomes, segundo a denúncia, por R$ 500 para o procedimento.

No dia 21 de maio daquele ano, o procedimento foi feito na casa do Bairro São Bento, em Sidrolândia. Marielly passou mal, sofreu intensa hemorragia e morreu. Em trecho do depoimento prestado à polícia, Hugleice disse que recebeu a notícia da fatalidade, dada pelo enfermeiro. “A menina morreu, não há mais nada que possa ser feito, a gente tem que dar jeito no corpo dela.”

O corpo de Marielly foi colocado na caminhonete de Hugleice e levado para o canavial, onde foi encontrado cerca de 20 dias depois.

Preso, mas por tentar matar a eposa - Hugleice está preso desde dezembro de 2018, quando esfaqueou Mayara, após supostamente encontrar mensagens e imagens da mulher com outro homem. O crime aconteceu em Alto Taquari, no interior do Mato Grosso, para onde o réu se mudou com a mulher depois da repercussão da morte da cunhada. Ele foi capturado em Dourados e transferido para o presídio do estado vizinho.

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