Polícia abre sindicância sobre vídeo que tira sarro de escrivães
Puxados por um dos acadêmicos, alunos do curso de formação para investigadores debocham de escrivães
A Polícia Civil em MS abriu sindicância para identificar e apurar responsabilidade sobre a conduta dos acadêmicos em vídeo que mostra outros alunos do curso de formação e investigadores satirizando o trabalho de escrivães. O “escrivão não é polícia” causou desconforto entre sindicato e a DGPC (Delegacia Geral da Polícia Civil).
Em nota, a assessoria da PC informou que a DGPC adotou “todas as medidas de caráter administrativo cabíveis para a completa elucidação da autoria de tais fatos e eventuais penalidades.
Na prática, significa que foi aberta sindicância. A assessoria informou que os diretores do curso de formação estão averiguando para apurar responsabilidades e há sanções previstas, porém, dentro do código de conduta da Acadepol. Não há informação de que tipo de penalidades poderão responder.
A nota também trata do deboche do canto. “(...) esclarece que a formação profissional de cada uma das carreiras que compõe o grupo Polícia Civil, reveste-se de importância ímpar e única, de modo que não há qualquer prevalência de relevância entre elas, mas diversidade de atuação, ressaltando a necessidade de que haja perfeita harmonia e respeito pelo trabalho desenvolvido por cada grupo profissional, desde o mais incipiente na função até o que detém maior tempo de atuação.”
No vídeo, dois acadêmicos estão posicionados em frente aos colegas, também alunos do curso de formação de investigadores. Um deles grita frases que são repetidas por eles e pelo colega, que estão ao lado.
Escrivão não é polícia e só sabe digitar, se tem guerra e terror é o tira que vão chamar. Oh ‘escriva’ não adianta, você pode até tentar. Mas como um investigador você nunca vai vibrar”, cantam os alunos.
A música ainda “tira sarro” da rotina de trabalho dos escrivães. “Sua arma é o teclado, um carimbo e uma caneta, enquanto o investigador amedronta até o capeta”, diz outro trecho.
O vídeo foi compartilhado em grupos de WhatsApp e causou descontentamento entre os profissionais da área. Diante da repercussão, o Sinpol (Sindicato dos Policiais Civis de MS) repudiou o “tom ofensivo” do vídeo e acionou a DGPC (Delegacia-Geral da Polícia Civil) e a própria academia, pedindo providências para que esse tipo de conduta não venha estimular a rivalidade entre os policiais civis.
#matéria atualizada às 9h54 para correção de informação