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Cidades

Polos de saúde indígena recebem remédio vencido

Denúncia nas redes sociais mostra amoxicilina vencida entregue no polo de Sidrolândia

Lucia Morel | 03/02/2022 16:25



Denúncia nas redes sociais mostra medicamento vencido entregue no polo base de saúde indígena de Sidrolândia, cidade a 71 Km de Campo Grande. O antibiótico amoxicilina, em xarope, vencia em janeiro deste ano, mas foi entregue no mesmo mês à unidade.

O vereador Otacir Pereira Figueiredo foi quem fez o vídeo durante fiscalização nos polos de saúde e nos postos de saúde das aldeias da região. “Depois da denúncia, recebi mensagens que mostram o mesmo problema em outras cidades”, comentou.

Ele cita na gravação que o medicamento fica parado na sede da Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena) em Campo Grande ao invés de ser distribuído às comunidades. “Ninguém escolhe dia pra ficar doente e quando fica, não tem remédio, está tudo vencido”, lamentou.

Por telefone, ele disse que os remédios foram recolhidos e as prateleiras dos postos nas aldeias estão vazios, não apenas de amoxicilina, mas também de dipirona e ibuprofeno.

Reclamação recebida pelo vereador. (Foto: Reprodução)
Reclamação recebida pelo vereador. (Foto: Reprodução)

“Me reuni hoje com o coordenador da Sesai pedindo urgência pra fornecer os medicamentos em condições de uso porque nossas prateleiras estão vazias”, afirmou, lembrando que depois do vídeo recebeu reclamações de situações semelhantes em Dourados e Aquidauana.

A realidade foi confirmada pelo presidente do Condisi (Conselho Distrital de Saúde Indígena), Clenivaldo Pires Xavier, que disse que em todos os 14 pólos de saúde indígena de Mato Grosso do Sul é a mesma, seja com medicamentos vencidos ou em falta.

Para ele, há muita “acomodação” na Diasi (Divisão de Ações de Saúde Indígena) da Sesai, e sem preparo ou planejamento nas compras e entregas dos remédios. “O Diasi é o responsável pela compra, estoque e distribuição dos medicamentos”, enfatizou, reforçando que até mesmo remédios de uso contínuo estão em falta.

A reportagem entrou em contato com a Sesai, tanto pelo gabinete quanto pela assessoria de comunicação, mas não obteve retorno até o fechamento deste material. O Ministério da Saúde também foi acionado, mas não houve resposta.

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