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Interior

Falta "o básico do básico" para atendimento à saúde de indígenas em MS

Nem mesmo combustível para os veículos que fazem o transporte das aldeias aos polos têm havido

Lucia Morel | 01/11/2021 17:55
Posto de saúde da aldeia Limão Verde. (Foto: Reprodução Facebook)
Posto de saúde da aldeia Limão Verde. (Foto: Reprodução Facebook)

Até dipirona tem faltado nos polos de atendimento à saúde indígena da Sesai (Secretaria Nacional Especial de Saúde Indígena) em Mato Grosso do Sul. Nem mesmo combustível para os veículos que fazem o transporte das aldeias aos polos têm havido, segundo denúncia de morador da aldeia Bananal, em Aquidauana, Rubson Ferreira de Oliveira. A situação foi confirmada ao Campo Grande News pelo Condisi (Conselho Distrital de Saúde Indígena).

Segundo Rubson, uma parente estava no último fim de semana com dores intensas, provavelmente provocadas por pedra na vesícula, mas não havia qualquer medicamento que pudesse ser usado nela até que ela fosse levada até o polo base de atendimento, em Aquidauana.

Pior que isso, o carro que faz esse transporte entre as aldeias e as cidades-polo de atendimento em saúde estava sem combustível, sendo que foi preciso pagar para que ela fosse levada ao município.

O presidente do Condisi, Clenivaldo Pires Xavier confirmou a situação e disse que acredita que tanto a falta de medicamentos quanto de combustível decorre de má gestão. Ele comenta que além de dipirona, indígenas de todos os 14 polos da Sesai em MS reclamam também da falta de remédios controlados, como os usados para hipertensão.

“Falta o básico do básico”, afirma, enfatizando que quanto ao combustível, sempre após o dia 20 de cada mês, já não há mais recursos para abastecer. “A Sesai faz a parte dela, que é levar o paciente da aldeia ao polo, mas os municípios não e por isso, muitas vezes tem que usar o carro dos polos para levar as pessoas para atendimento em outras cidades, e aí a gasolina acaba”, revela.

Xavier explica que o acordo é que a Sesai se responsabiliza pela atenção básica à saúde indígena e os municípios pela média e alta complexidade. Por isso, o encaminhamento para tratamento em Campo Grande, por exemplo, deveria ser feito pelo município mais próximo.

A reportagem encaminhou e-mail para a Sesai e aguarda retorno.

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