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Cidades

Por "pouco", Campo Grande não volta a ser a "capital sem favelas", mostra estudo

Em ranking geral, ficou em 10º lugar entre as menos desiguais

Por Cassia Modena | 26/03/2024 12:55
Vista de Campo Grande do alto (Foto: Arquivo/Gabriel Marchese)
Vista de Campo Grande do alto (Foto: Arquivo/Gabriel Marchese)

O Mapa da Desigualdade entre as Capitais, publicado nesta terça-feira (26), classifica Campo Grande como a capital brasileira que tem menos desemprego e a menor porcentagem de domicílios em favelas. O estudo foi produzido de forma inédita pelo ICS (Instituto Cidades Sustentáveis), com a análise de 40 indicadores baseados em dados oficiais.

Além de ser a que tem menor taxa de desocupação (3,4%) e menos casas em favelas (1,4%), a capital sul-mato-grossense, que já teve o título de "cidade sem favelas", registra cobertura de 100% na população com serviço de acesso à água e no acesso à internet nas escolas do Ensino Fundamental. Belém do Pará, por exemplo, tem 38 vezes mais moradias em comunidades precárias do que Campo Grande.

Por outro lado, tem os piores índices em desigualdade salarial entre homens e mulheres e em suicídios, além de ficar no fim da lista quanto às mortes no trânsito e presença de vereadoras na Câmara Municipal, já que tem apenas uma.

Arte: Bárbara Campiteli
Arte: Bárbara Campiteli

Foram considerados dados de 26 capitais estaduais brasileiras, que somam 40 indicadores sociais: desempenho em educação, saúde, violência, assistência social, meio ambiente e direitos humanos são avaliados. O trabalho segue a mesma metodologia do Mapa da Desigualdade de São Paulo, publicado também pelo ICS e pela Rede Nossa São Paulo.

Entre os demais tópicos em que a capital sul-mato-grossense aparece bem colocada, estão homicídios de jovens a cada 100 mil habitantes (4ª); taxa de homicídio a cada 100 mil habitantes (5ª); áreas "florestadas e naturais" (5ª); cobertura de vacinas (6ª); e mortalidade infantil de crianças menores de 1 ano (7ª).

A questão racial também é presente no material, que mostra a Capital na 16ª posição quando se faz a comparação do rendimento médio real entre negros e não negros; em 14º na comparação de mortalidade infantil; e 11º na comparação da taxa de distorção de idade-série nos anos finais do Ensino Fundamental.

Barracos na favela Comunidade Esperança, em Campo Grande (Foto: Arquivo/Bruna Marques)
Barracos na favela Comunidade Esperança, em Campo Grande (Foto: Arquivo/Bruna Marques)

Os pesquisadores responsáveis pelo mapa utilizaram como fonte de dados o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e o DataSUS (Sistema Único de Saúde), por exemplo.

10ª no país - O estudo soma pontos em cada um dos 40 tópicos para um ranking de desigualdade no Brasil, em que Porto Velho (RO) aparece no topo e Curitiba (PR) na ponta, como a capital menos desigual.

Campo Grande está em 10º lugar entre as menos desiguais. São Paulo é a quinta melhor e o Rio de Janeiro aparece em 11º.

Arte: Bárbara Campiteli
Arte: Bárbara Campiteli

O pior desempenho é das capitais das regiões Norte e Nordeste, segundo a análise. Além de Porto Velho, Recife (PE) e Belém (PA) somam índices ruins. A última, por exemplo, tem mais da metade das casas localizadas em áreas consideradas favelizadas (55%).

Na apresentação da publicação o ICS, destaca que "num país de dimensões continentais como o Brasil, revelar tais dados é apenas o primeiro passo para o enfrentamento das desigualdades e a construção de cidades mais justas, humanas e que ofereçam melhor qualidade de vida para seus moradores. Não por acaso, nossas capitais são indutoras fundamentais desse processo".

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