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Cidades

Preso com R$ 36 milhões em cocaína foi expulso da PM por contrabando de cigarros

Ex-soldado da PM foi preso em 2014 com comparsa "famoso" por envolvimento com máfia do cigarro

Jhefferson Gamarra | 31/01/2022 14:31
Ex-soldado da PM, Esmael da Silva Trindade, preso na última sexta-feira. (Foto: Arquivo Pessoal)
Ex-soldado da PM, Esmael da Silva Trindade, preso na última sexta-feira. (Foto: Arquivo Pessoal)

Preso na última sexta-feira (28) transportando 215 quilos de cocaína avaliados em R$ 36 milhões em Campo Grande, identificado como Esmael da Silva Trindade, 47 anos, foi expulso do quadro de servidores da Polícia Militar em 2015, por ligação com a máfia que controlava rotas para escoamento de drogas e cigarros contrabandeados do Paraguai ao Brasil.

Em 2014, Trindade, como era conhecido o ex-soldado lotado no 11º Batalhão da Polícia Militar de Jardim, foi preso com um comparsa transportando carreta carregada com cigarros contrabandeados em Ponta Porã, cidade sul-mato-grossense que faz fronteira com o Paraguai. No momento da prisão, foram encontrados com o ex-PM, além da carreta com cigarros, uma pistola .40, uma faca, radiocomunicador e um celular.

Devido ao envolvimento com a máfia de cigarros, Trindade foi expulso da PM. A exoneração foi publicada no Diário Oficial de Mato Grosso do Sul em 12 de julho de 2015. Conforme aponta o Portal da Transparência, em 2014, Esmael recebia R$ 3,5 mil como remuneração na função de soldado.

Droga e veículo apreendidos com ex-PM em Campo Grande. (Foto: Divulgação)
Droga e veículo apreendidos com ex-PM em Campo Grande. (Foto: Divulgação)

Na prisão da última sexta-feira, policiais rodoviários realizavam fiscalização de rotina na BR-060, em Campo Grande, quando flagraram o ex-soldado conduzindo uma camionete Ford Ranger, com 215 quilos de cocaína escondidos em um fundo falso na carroceria. Esmael e a droga avaliada em R$ 36 milhões foram encaminhados para a superintendência da Polícia Federal.

Em audiência de custódia, o ex-PM confirmou que foi contratado para levar o veículo da fronteira do Paraguai até Campo Grande, onde receberia R$ 5 mil pelo transporte. Esmael informou ainda que era acompanhado de veículos batedores que seguiam à frente para avisá-lo, pelo Whatsapp, sobre possíveis fiscalizações policiais.

Diante da grande quantidade de cocaína apreendida e da ligação com a máfia de contrabando de cigarros, o juiz Felipe Bittencourt converteu a prisão em flagrante do ex-policial em preventiva. No entendimento do magistrado, uma carga de tão alto valor não seria confiada a qualquer pessoa em uma estrutura criminosa, indicando que Esmael possuía um grau elevado no tráfico de drogas.

“Mesmo que não pertença formalmente, é muito improvável que ele não tivesse um grau de confiança relevante para realizar este tipo de transporte, até mesmo por se fazer acompanhar de veículos batedores. Ademais, deve-se notar que o entorpecente estava acondicionado em fundo falso, o que sugestiona que há grupos mais organizados a atuar, de quem a obtenção de elementos de fidúcia ressalta em importância”, entendeu o juiz.

Kelves Fernando Rodrigues, mais conhecido como “Cabelo Mexicano”, preso com Esmael em 2014. (Foto: Reprodução)
Kelves Fernando Rodrigues, mais conhecido como “Cabelo Mexicano”, preso com Esmael em 2014. (Foto: Reprodução)

Comparsa “famoso” - O comparsa preso com Esmael em 2014 por tráfico de cigarros trata-se de Kelves Fernando Rodrigues, mais conhecido como “Cabelo Mexicano”. Conforme a polícia, Kelves tem ligações com o PCC (Primeiro Comando da Capital) e controlava o contrabando de cigarros do Paraguai ao Brasil.

Cabelo Mexicano ficou conhecido nacionalmente após driblar a escolta policial e escapar de um hospital vestido de médico, em Pedro Juan Caballero, cidade paraguaia que faz fronteira como Brasil. O caso aconteceu dia 30 de maio de 2020. Ele estava preso desde outubro de 2018, como resultado de uma operação da procuradoria paraguaia, suspeito de ser o mandante da morte de um outro cigarreiro da região de fronteira.

A Justiça decretou a prisão de cinco pessoas acusadas de facilitar a fuga – um agente da Polícia Nacional, dois guardas penitenciários e dois guardas da unidade de saúde.

Kelves, que foi Citado na Operação Oiketikus por ligação com policiais militares presos por envolvimento com o contrabando de cigarro no Brasil, foi recapturado pela polícia brasileira em junho de 2020, na cidade de Bonito, a 300 quilômetros de Campo Grande. Ele foi encontrado em uma casa que havia alugado e estava usando um documento de identidade falso no nome de Juan Pablo Pineda Muzzachi.

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