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Cidades

Pretos e pardos têm rendimentos menores do que brancos em MS, confirma IBGE

Além de menores rendimentos, pretos e pardos vivem em casas menores e com maior proporção de irregularidades

Jhefferson Gamarra | 11/11/2022 14:11
Morador caminhando por favela de Campo Grande (Foto: Henrique Kawaminami/Arquivo)
Morador caminhando por favela de Campo Grande (Foto: Henrique Kawaminami/Arquivo)

O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou, nesta sexta-feira (11), estudo de desigualdades sociais no Brasil, que confirmou a diferença social por cor e raça em Mato Grosso do Sul. No Estado, as populações pretas e pardas receberam menos dinheiro em 2021 se comparadas às pessoas brancas.

O estudo aponta que o rendimento da população preta ou parda no Estado é 33,42% menor que a da branca. No geral, em 2021, o rendimento médio da população ocupada foi de R$ 2.468,00. Entre a população branca, o valor ficou em R$ 3.044 enquanto entre os pretos e pardos o valor registrado foi de R$ 2.025.

O levantamento confirma ainda que entre os 10% da população de Mato Grosso do Sul que recebiam os piores rendimentos, 62,7% eram pretos ou pardos. Já os brancos eram 35,9%. Entre os 10% com os maiores rendimentos, pretos e pardos eram 33,7% enquanto brancos eram 64,7%.

Entre as pessoas abaixo da linha da pobreza, a presença de pretos e pardos também foi bem maior do que a de brancos em 2021, levando em consideração as faixas propostas pelo Banco Mundial. A população branca que viveu com o valor de 5,50 dólares diários, R$ 29,22 na cotação atual, era de 25,8% entre pessoas pretas ou pardas frente a 17,7% entre brancas.

Já na faixa de extrema pobreza, de 1,90 dólares diários, R$ 10,09 convertidos, pretos e pardos também tiveram rendimentos abaixo dos brancos. A pesquisa apontou que 2,8% das pessoas brancas tinham rendimentos abaixo da linha, enquanto 4,1% das pessoas eram pretas ou pardas.

Desigualdade em moradias - Os níveis de desigualdade refletem também as condições de moradia. Em Mato Grosso do Sul pessoas pretas e pardas vivem em moradias menores e com maior proporção de irregularidade em relação à documentação. Os dados são de 2019.

Em relação à ocupação do domicílio, a diferença é pequena: 64,4% da população branca moravam em casa própria, enquanto o índice era de 59,2% para negros e 62,7% para pardos. As características das casas próprias reforçam as diferenças. Casas próprias de pessoas brancas tinham em média 6,6 cômodos, enquanto pretos tinham residências com 5,6 cômodos, e pardos, com 5,7.

A proporção de pessoas brancas que moravam em casas sem documentação de propriedade era de 8,6%. Pretos e pardos representaram uma proporção maior nessa situação: 15,7% e 11,1%, respectivamente.

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