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Cidades

Quadrilha que “roubou” o fisco em R$ 18 milhões obteve notas frias de 8 CNPJs

Grupo movimentou ao menos R$ 21 milhões em 18 meses e atuava em Mato Grosso do Sul, Goiás e São Paulo

Por Anahi Zurutuza e Kamila Alcântara | 22/10/2024 18:13
Ana Cláudia Medina e Bruno Bastos durante coletiva de imprensa no fim da tarde desta terça-feira (Foto: Paulo Francis)
Ana Cláudia Medina e Bruno Bastos durante coletiva de imprensa no fim da tarde desta terça-feira (Foto: Paulo Francis)

Alvo da Operação Última Dose, nesta terça-feira (22), a quadrilha que sonegou R$ 17 milhões em impostos em compras de bebidas alcoólicas contava com ao menos oito empresas “noteiras” para perpetuar as fraudes. O grupo, que movimentou ao menos R$ 21 milhões em 18 meses, atuava em Mato Grosso do Sul, Goiás e São Paulo.

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Uma operação conjunta entre a Secretaria de Estado de Fazenda e o Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco) resultou na desarticulação de uma quadrilha acusada de sonegar R$ 17 milhões em impostos na compra de bebidas alcoólicas. A investigação, que começou a partir da suspeita de grande volume de operações por empresas com capital social pequeno, revelou a utilização de oito empresas "noteiras" – empresas de fachada que emitem notas fiscais falsas para "esquentar" operações e sonegar impostos. A quadrilha, que operava em Mato Grosso do Sul, Goiás e São Paulo, movimentou R$ 21 milhões em 18 meses e é investigada por sonegação fiscal, lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa.

De acordo com o superintendente de Administração Tributária da Secretaria de Estado de Fazenda, Bruno Bastos, a investigação está só começando, mas chegou ao grupo ao suspeitar do volume grande de operações por empresas com capital social muito pequeno. A Sefaz, segundo o entrevistado, conta com setor de Inteligência Fiscal para monitorar transações e reunir informações quando há indícios de que tributos, como ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços), estão deixando de ser recolhidos.

A delegada titular do Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado), Ana Cláudia Medina, explica que nestes casos, a Polícia Civil é acionada para ir às ruas em buscas de provas contra o esquema. “São indícios que surgem na área administrativa, fiscalizatória e que precisam desse aprofundamento. Por isso que a gente estreita laços, faz essa junção de esforços e pra isso a gente aprofunda com medidas cautelares e tudo mais”, afirmou em coletiva de imprensa no fim da tarde desta terça-feira (22),

Depósito de bebidas de um dos alvos da operação, em Paranaíba (Foto: Dracco/Divulgação)
Depósito de bebidas de um dos alvos da operação, em Paranaíba (Foto: Dracco/Divulgação)

Bastos também explicou o que são as empresas “noteiras”. “No jargão tributário, são empresas de fachada que emitem notas frias. São criadas efetivamente para emitir notas frias. Existiam oito empresas notárias só para essa fraude. Elas emitem notas que não correspondem a uma operação de circulação de mercadoria, para ‘esquentar’ verdadeiras operações”.

Conforme apurado até agora, as bebidas compradas para comercialização em Mato Grosso do Sul vinham de Goiás. Nesta terça, foram cumpridos mandados de busca e apreensão em Paranaíba, distante 408 km de Campo Grande, Itajá (GO) e em São José do Rio Preto (SP).

A quadrilha é investigada por sonegação fiscal, lavagem de dinheiro e formar organização criminosa. O Dracco agora está em busca de identificar todos os participantes do esquema.

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