Represa de loteamento não tinha certificado de vistoria, diz Corpo de Bombeiros
Água invadiu imóveis na região e chegou a BR-163, que está totalmente fechada
Corpo de Bombeiros não encontrou certificado de vistoria em relação à represa do Nasa Park, empreendimento de luxo em Jaraguari, cidade distante cerca de 48 quilômetros de Campo Grande, que teve rompimento de barragem nesta terça-feira (20). A água invadiu imóveis na região e chegou a BR-163.
Segundo o tenente coronel dos Bombeiros, Fábio Pereira de Lima, a corporação foi acionada às 9h31 para atender local de rompimento de barragem, com casas próximas. "Acionamos quatro viaturas para fazer o atendimento e uma equipe com drones para ter noção da real situação, por conta do volume de água", disse.
Os militares fizeram buscas, mas não houve informações sobre vítimas. Contudo, a água invadiu algumas propriedades no entorno e chegou até a BR-163, que se encontra totalmente interditada.
O tenente ainda informou que o Nasa Park não tem certificado de vistoria do Corpo de Bombeiros. "Faremos a notificação e possíveis autuações sobre as irregularidades que possam ser encontradas", pontuou. O valor da multa varia dos itens em desacordo com a lei nº4335, de incêndio e pânico. Fábio ressalta que já houve notificação dos bombeiros, "a alguns anos atrás", para a regularização do certificado.
O Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) informou que vai autuar os proprietários do Nasa Park e cobrará a elaboração de um Prada (Plano de Recuperação de Área Degradada) para reestabelecer a condição natural existente antes do rompimento da barragem da represa do local, um empreendimento reunindo casas e espaço para prática de esportes náuticos.
O titular da Semadesc (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), Jaime Verruck, observou que por não se tratar de uma temporada de chuvas, um fator natural seria improvável para justificar o rompimento da barragem, com suspeita de manutenção insuficiente. Os responsáveis pelo empreendimento ainda não deram declarações, mas já enviaram engenheiro para avaliar o que ocorreu.
Conforme o secretário, como a represa era utilizada para lazer, sem risco de oferecer grandes impactos, ela não estava entre as monitoradas, que são ligadas à indústria, como de frigorífico e mineração, por conterem resíduos e eventual dano atingir a comunidade.
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