Sem avisar emergência, voo que caiu em SP iniciaria pouso em 1 minuto
Previsão era aval da torre de controle para aterrissagem ser dado em 1 minuto e 24 segundos
Sem declarar emergência antes de perder o controle da aeronave às 13h 21 minutos e 9 segundos (no horário de Brasílias), o voo da Voepass Linhas Aéreas que caiu em Vinhedo, no interior de São Paulo, receberia autorização para iniciar a manobras de aterrissagem no Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas, em menos de 1 minuto. O aval da torre de controle aconteceria em 1 minuto e 24 segundos se tudo transcorresse dentro do previsto.
Conforme a investigação do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), às 13h19min23s, a tripulação avisou que “no ponto ideal de descida, aguardando autorização”. Controlador de voo pediu que piloto e copiloto aguardassem porque havia outra aeronave na mesma rota, embora voando em outra altitude. Logo depois, às 13h20min33s, a torre de controle avisou que a descida seria autorizada em 2 minutos. Mas, 36 segundos depois, houve a perda de controle do Voepass.
O relatório preliminar, divulgado no fim da tarde desta sexta-feira (6), depois que militares da Aeronáutica passaram três horas conversando com familiares das vítimas, também mostra que o avião, por várias vezes, teve “problemas” com a formação de gelo. O detector eletrônico de gelo emitiu o primeiro aviso 16 minutos após a decolagem em Cascavel, no interior do Paraná.
Depois disso, o sinal de alerta no painel ligou e desligou repetidas vezes, enquanto o Airframe De-Icing (sistema para evitar o acúmulo de gelo nas asas da aeronave) foi acionado três vezes ao longo do trajeto. Às 13h20min, o copiloto chegou a comentar: “bastante gelo”.
O avião ATR 72-500 da Voepass fazia o voo 2283 quando caiu em um condomínio de chácaras em Vinhedo. Haviam 62 pessoas a bordo – 58 passageiros e 4 tripulantes. Ninguém sobreviveu.
O acidente matou o policial rodoviário federal Hiales Carpine Fodra, que atuava no interior de Mato Grosso do Sul. Acompanhado da mulher, a fisiculturista Daniela Schulz Fodra, ele havia iniciado viagem que tinha para os EUA (Estados Unidos da América) como destino final, conforme postagem feita por ela em rede social.
Kharine Gavlik Pessoa Zini, fisioterapeuta formada na Uniderp de Campo Grande, em 2001, também estava na lista de mortos, além de Laiana Vasata, casada com Fábio Bigolin, um dos sócios do Grupo Bigolin Materiais de Construção, empresa com atuação em Campo Grande até 2021.
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