Sérvio que cruzou fronteira em MS preso deixa cadeia pela porta da frente
Zarko Pilipovic, preso na Bolívia acusado de trabalhar para máfia que tem negócios com o PCC, foi absolvido
No fim de março deste ano, em ação sem alarde, o sérvio Zarko Pilipovic, acusado de integrar máfia que tem negócios com o PCC, foi preso em San Rafael de Velasco, distrito de Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, e entregue à PF (Polícia Federal) de Corumbá, na fronteira sul-mato-grossense com o país vizinho. Nessa terça-feira (22), cerca de 200 dias depois, ele deixou a Penitenciária Federal de Brasília, no Distrito Federal, pela porta da frente.
RESUMO
Nossa ferramenta de IA resume a notícia para você!
No final de março, Zarko Pilipovic, acusado de envolvimento com a máfia sérvia e o PCC, foi preso na Bolívia e posteriormente extraditado ao Brasil. Ele foi absolvido de acusações de tráfico de drogas, relacionadas a um caso de 2015 em que 172 quilos de cocaína foram apreendidos em um navio. Apesar de ser considerado perigoso e ter fugido para a Bolívia após um habeas corpus em 2020, seu advogado afirma que não há provas ligando-o ao crime, e que ele é pai de três filhos e casado com uma brasileira.
Pilipovic foi absolvido de acusação por tráfico de drogas, segundo o advogado dele, Eugênio Malavasi, e o alvará de soltura foi expedido pela 6ª Vara Federal de Santos, no interior de São Paulo.
Até então, o réu era considerado pessoa de alta periculosidade ligada ao “Clã dos Balcãs”, organização criminosa sérvia que tem conexões com o PCC (Primeiro Comando da Capital). A suspeita era que o estrangeiro trabalhava no envio de entorpecentes a partir do Brasil para a Europa.
A ação penal contra o sérvio tramitou em segredo de Justiça, mas conforme a apuração do jornal O Estado de S. Paulo, Zarko Pilipovic foi preso, junto com outros dois cidadãos da Sérvia, pela primeira vez em 2015 em operação da Polícia Federal. Ele foi acusado de embarcar 172 quilos de cocaína em um navio cargueiro que havia zarpado do Porto de Santos (SP). O carregamento foi levado até a embarcação maior em um barco pequeno e tinha como destino a Espanha, na Europa.
Durante a ação há quase dez anos, a PF usou cães farejadores para localizar a carga de droga dentro do navio.
Pilipovic ficou preso até 2020 quando foi beneficiado por habeas corpus e teria fugido para a Bolívia. Mais tarde, o nome do investigado foi incluído na Difusão Vermelha da Interpol, a “Red Notice” – ferramenta da Polícia Internacional para encontrar criminosos com a finalidade de extraditá-los.
Quando foi pego em San Rafael, o sérvio apresentou identidade falsa e com a expedição de mandado de prisão pela Justiça brasileira, ele foi entregue ao Brasil pelas autoridades bolivianas.
Em entrevista ao Estadão, o advogado de Pilipovic afirmou não foi provada qualquer ligação do cliente com os 172 quilos de cocaína apreendidos no navio em 2015, com a máfia sérvia ou o PCC. “Todas as imputações feitas a ele, de ter levado a droga ao navio, tudo foi derrubado durante a instrução probatória. Não havia qualquer resquício de cocaína no barco. Ele e as outras duas pessoas estavam pescando”, disse.
Malavasi também afirma que o homem é pai de família – tem 3 filhos –, casado com uma brasileira.
Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais.