Só em 2023, 87 pessoas foram resgatadas de trabalho escravo em MS
Maior número em 14 anos, levantamento do MTE aponta que 3,1 mil trabalhadores foram resgatados em todo o país
No ano de 2023, Mato Grosso do Sul testemunhou o resgate de 87 trabalhadores em nove operações realizadas no Estado. Esses números somam-se aos dados nacionais preocupantes divulgados pelo MTE (Ministério do Trabalho e Emprego), que registrou o resgate de 3.190 trabalhadores em situação semelhante à escravidão em todo o país, o maior número em 14 anos.
Em memória ao Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo, celebrado neste domingo (28), o MPT (Ministério Público do Trabalho) destaca a urgência do fortalecimento da fiscalização para conter esse crime que ainda persiste no Brasil. A instituição aponta que participou de 255 operações de combate ao trabalho escravo em 2023.
Além disso, foram firmados 218 termos de ajuste de conduta (TACs) e ajuizadas 19 ações civis públicas, resultando em indenizações por dano moral coletivo que totalizaram R$ 9,7 milhões para os trabalhadores. Em Mato Grosso do Sul, foram contabilizados 11 termos de ajuste de conduta e dez ações civis públicas.
Em nível nacional, os estados com o maior número de trabalhadores resgatados foram Goiás (739), Minas Gerais (651) e São Paulo (392). Os setores mais afetados incluem o cultivo de café, com 302 resgatados, e a produção de cana-de-açúcar, com 258.
Um dos casos mais significativos de 2023, ocorrido em MS, envolveu o resgate de 11 trabalhadores em situação análoga à escravidão, em uma área rural de Porto Murtinho, a 439 km de Campo Grande.
Inicialmente contratados para a construção de cercas, os trabalhadores foram encontrados alojados em condições degradantes, sem acesso a banheiros e água potável. O resgate ocorreu em 12 de dezembro de 2023.
Data nacional - Neste domingo (28), foi celebrado o Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo. A data foi instituída em memória aos auditores-fiscais do Trabalho Nélson José da Silva, João Batista Soares Lage e Eratóstenes de Almeida Gonçalves, além do motorista Aílton Pereira de Oliveira.
O grupo foi assassinado em Unaí (MG), no dia 28 de janeiro de 2004, enquanto investigavam denúncias de trabalho escravo em uma das fazendas de Norberto Mânica.
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