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Cidades

TJ mantém pena de Jamilzinho por extorsão e indenização de R$ 1,7 milhão

Ameaças eram cometidas com uso do taco de baseball cheio de arame farpado

Por Kamila Alcântara | 11/06/2024 16:52
Em 2019, José Carlos foi ao Garras e se emocionou ao contar como perdeu casa (Foto: Henrique Kawaminami)
Em 2019, José Carlos foi ao Garras e se emocionou ao contar como perdeu casa (Foto: Henrique Kawaminami)

Está mantida em 2ª grau a pena de 15 anos e quatro meses à Jamil Name Filho, o Jamilzinho, pelos crimes de extorsão e coação do empresário José Carlos de Oliveira, antigo proprietário do imóvel no Jardim Monte Líbano onde foram encontrados o arsenal que serviu de fio da meada para a operação Omertá.

A manutenção da pena, inclusive com pagamento da indenização de R$ 1,7 milhão, foi decidida pelos desembargadores da 2ª Câmara Criminal, do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), nesta terça-feira (11).

De acordo com o relator da apelação criminal, desembargador Luiz Gonzaga Marques, toda a linha cronológica apresentada por José e as investigações feitas pelo delegado Tiago Macedo comprovam o modus operandi do acusado ao cobrar dívidas. “Ficou comprovado que outras pessoas sofreram extorsões parecidas, sendo necessário que saíssem da cidade para se proteger”, sustenta.

Para a polícia, José Carlos relatou que estava devendo R$ 280 mil, mais juros, quando foi chamado até a casa dos Names em 2015. Na ocasião, usando o taco de baseball com arames, ele foi ameaçado de morte. A dívida chegou a cifras milionárias, sendo impossível de ser quitada. Por esse motivo, a casa no Monte Líbano foi “entregue” entre 2016 e 17.

Colocado na balança pela perícia, taco revestido de arame farpado pesou 1,8 kg. (Foto: Reprodução de peça processual)
Colocado na balança pela perícia, taco revestido de arame farpado pesou 1,8 kg. (Foto: Reprodução de peça processual)

Durante a apuração, vizinhos confirmaram aos policiais que o então proprietário devia dinheiro para a família Name e foi retirado à força de casa, “sob ameaça de morte”. No dia 25 de outubro, ao deixar o Garras, o empresário relatou que era obrigado a “negociar” com arma na cabeça.

Além da condenação em regime fechado, os magistrados mantiveram o pagamento de indenização à vítima, no valor de R$ 1,7 milhões, e a absolvição de denúncia de lavagem de dinheiro.

Arsenal – Na casa, foram apreendidas dois fuzis modelo AK 47 calibre 76, quatro fuzis calibre 556, uma espingarda calibre 12, uma espingarda calibre 22, 17 pistolas, um revólver calibre 357 e várias munições (15 calibre 762, 392 calibre 762/39 – de AK 47 – 152 calibre 556, 115 calibre 12, 539 munições calibre 9 mm, 37 calibre .40 e 12 calibre 45).

Todas as armas estavam em municiadas e prontas para uso. Além disso, foram encontrados silenciadores, lunetas, e bloqueadores de sinal eletromagnético. O aparelho, conforme investigações, têm a capacidade de bloquear o sinal das tornozeleiras eletrônicas.

Imóvel no Jardim Monte Líbano, onde foi apreendido o arsenal que serviu de fio da meada para a operação Omertá (Foto: Marcos Maluf)
Imóvel no Jardim Monte Líbano, onde foi apreendido o arsenal que serviu de fio da meada para a operação Omertá (Foto: Marcos Maluf)

Omertá - Realizada em 27 de setembro de 2019, a Omertà prendeu os empresários Jamil Name e Jamil Name Filho, apontados como líderes de organização criminosa atuante em grupo de extermínio e milícia armada.

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