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Cidades

Vereador da PB integra quadrilha que perdeu R$ 70 milhões em contrabando

Operação conjunta da PF e PRF cumpriu 5 dos 8 mandados de prisão que apura esquema de contrabando de cigarros

Silvia Frias e Mirian Machado | 31/07/2019 12:01
Delegados da PF e PRF durante coletiva hoje, em Campo Grande (Foto: Henrique Kawaminami)
Delegados da PF e PRF durante coletiva hoje, em Campo Grande (Foto: Henrique Kawaminami)

Três pessoas, entre elas, um vereador da Paraíba, ainda são procurados na operação da PF (Polícia Federal) e PRF (Polícia Rodoviária Federal) desencadeada em MS e mais dois estados. O grupo é investigado há um ano e, desde então, as policias apreenderam o equivalente a R$ 70 milhões em cigarros contrabandeados.

A operação foi detalhada em coletiva há pouco, com o superintendente da PF, Cleo Mazzotti, o superintendente regional da PRF em MS, Luiz Alexandre Gomes e chefe da Delegacia de Combate aos Crimes Fazendários, Glauber Fonseca.

Em julho de 2018, um caminhão de mudança foi apreendido carregado com cigarro contrabandeado. A carga ilegal estava escondida entre os móveis transportados. O tipo de transporte chamou a atenção e a polícia ampliou a investigação para averiguar se a prática era recorrente.

Na investigação, a PF identificou que a carga vinha sempre de Ponta Porã e seguia para São Paulo e estados do Nordeste. Duas cargas foram apreendidas no decorrer do ano, em Minas Gerais e Goiás. “Desde o começo havia indício de participação de agentes públicos”, disse Mazzotti.

Movimentação hoje na PF, após operação (Foto: Henrique Kawaminami)
Movimentação hoje na PF, após operação (Foto: Henrique Kawaminami)

Os PRFs, identificados como Alaércio Dias Barbosa e Moacir Neto receberiam propina para facilitar a passagem da carga. As cargas apreendidas durante a investigação haviam passado no posto e no horário de trabalho deles, em Dourados e Rio Brilhante, respectivamente.

O superintendente da PRF disse que a dificuldade foi identificar a participação dos policiais, porque eles eram muito cuidadosos no esquema com os contrabandistas. Além disso, o grupo contratava caminhões legalizados, com uma mudança real sendo realizada. No transcorrer das investigações foram 19 carregamentos apreendidos em caminhões e carretas e 26 pessoas presas.

Operação – participaram da ação conjunta 65 integrantes da PF e 15 da PRF, com cumprimento de mandados expedidos pela 3ª Vara Federal de Campo Grande, na Capital, Dourados, Ponta Porã, Rio Brilhante, Embu-Guaçu (SP) e São Bento (PB).

Segundo a polícia, foram presos dois líderes da quadrilha, em mandados de cumpridos em São Paulo e outro em Ponta Porã. Em MS, também foi presa uma mulher que seria responsável pelo financeiro da quadrilha.

O delegado Glauber Fonseca disse que o vereador, ainda foragido, era responsável pela distribuição dos cigarros em estados do Nordeste. Segundo a polícia, ele é de São Bento, mas que não seria "necessariamente da Câmara de São Bento".

Na operação hoje, foram apreendidos vários veículos, entre eles, Audi, Mercedes, Hilux e alguns caminhões. Os policiais foram até imóvel localizado em Campo Grande que já havia sido usado como depósito, mas nenhum vestígio foi encontrado no local.

Os policiais presos vão responder por procedimento administrativo disciplinar, segundo o superintendente da PRF. “Temos que cortar na própria carne para que a credibilidade da instituição não seja abalada”, disse Gomes.

Apreensões – dados apresentados na coletiva, a Receita Federal apreendeu, no ano passado, 70 milhões de maços contrabandeados em Mato Grosso do Sul. Deste total, 34 milhões foram apreendidos pela PRF. Somente neste primeiro semestre, as forças policiais apreenderam 10 milhões de maços.

Cleo Mazzotti disse que, no segundo semestre de 2018, houve redução de 33% no número de apreensões de contrabando e 70% do volume de cigarros confiscados. Segundo ele, isso faz parte da intensificação do trabalho de fiscalização e investigação, principalmente em Mundo Novo e Guaíra (PR).

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