Waldir Neves contesta investigação por corrupção e diz que irá ao STJ
Conselheiro do TCE é investigado por corrupção, nega transações ilíticas e contratação de parentes
O conselheiro do TCE-MS (Tribunal de Contas do Estado), Waldir Neves contestou operação da PF (Polícia Federal) que o investiga por crimes de corrupção, dizendo que investigação se baseou em negócios jurídicos devidamente declarados e que irá apresentar "as discordâncias jurídicas" no STJ (Superior Tribunal de Justiça).
Waldir Neves é um dos três conselheiros investigados na Operação Mineração de Ouro, que cumpriu mandados de busca e apreensão no dia 10 de junho relacionadas, ainda, a Osmar Jeronymo e Ronaldo Chadid.
Em relação a Neves, a investigação apurou que ele usou permutas e transações imobiliárias para regularizar valores oriundos de corrupção.
Em nota, Waldir Neves diz que tinha o dever de tranquilizar o “rol de amizades”. Disse que as investigações se basearam em declarações de renda desde 2009 e contesta a operação, dizendo que qualquer esclarecimento deveria ser feito com mera intimação ao contribuinte e não por medida de busca e apreensão “divulgada à mídia local”.
Alega que durante o cumprimento dos mandados, não foram encontrados na casa ou no gabinete “um único valor em espécie, cheque, promissória ou bem de valor vultoso e de origem duvidosa tais como joias, relógios e obras de arte”.
Neves também diz que não há no TCE/MS nenhum parente contratado, o que afrontaria súmula do STF (Supremo Tribunal Federal), e também nenhum servidor que esteja dispensado de comparecimento, trabalho e produtividade. “Não lido e nem tolero com fantasmas e desídia no serviço público”.
O conselheiro alega que irá apresentar ao STJ todas os documentos necessários.
Investigação – A operação levanta suspeita de que Waldir Neves usou permutas para regular valores da corrução.
Informações bancárias e fiscais de Waldir Neves apontam a existência de operações financeiras atípicas, indicativas de suposta prática de lavagem de dinheiros por meio de "permutas" e venda de imóveis.
Num dos casos, Neves fez permuta em dezembro de 2017 com desembargador do TJ/MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) e familiares. O objeto não ficou claro, mas em troca, ele recebeu apartamento na Rua Itiquira, Bairro Santa Fé, em Campo Grande, além de crédito de R$ 300 mil.
O problema é que o mesmo imóvel já aparecia em anos anteriores nas declarações do conselheiro. “Ocorre que o referido imóvel vem sendo declarado em notas fiscais cujo destinatário é Waldir Neves desde o ano-calendário de 2013, restando dúvidas quanto a data da aquisição do referido imóvel e se, de fato, fez parte de uma operação de permuta”.