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Cidades

Alvo do MP, empresa que explora bitcoins só responde a 1 ação de cobrança em MS

A investigação no MPMS, contudo, surgiu de denúncias feitas por pessoas que investiram no negócio e não tiveram o retorno financeiro esperado

Anahi Zurutuza | 18/04/2018 11:52
Palestrantes da MinerWorld em São Paulo, em abril de 2017 (Foto: MinerWorld/Divulgação)
Palestrantes da MinerWorld em São Paulo, em abril de 2017 (Foto: MinerWorld/Divulgação)

Alvo da Operação Lucro Fácil e investigada por golpe que pode ter feito até 70 mil vítimas pelo mundo, a MinerWorld, que se apresenta como mineradora da bitcoins com sede no Paraguai e unidade em Campo Grande, responde a uma só ação de cobrança em Mato Grosso do Sul.

No processo, o cobrador alega ter investido R$ 8.855 na proposta feita pela empresa e que não recebeu os pagamentos prometidos.

A Miner teria garantido que o investidor receberia R$ 1.437,45 por mês, total de R$ 17.710,00 em um ano. Ele comprou os bitcoins da empresa em novembro do ano passado e até 6 de abril deste ano, quando ingressou com a ação.

Por outro lado, investigação no MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) surgiu de denúncias feitas por pessoas que investiram no negócio e não tiveram o retorno financeiro esperado. Fora isso, sobram na internet reclamações de investidores vítimas do que a 43ª Promotoria de Justiça do Consumidor classifica como esquema de pirâmide financeira.

Agentes do Gaeco com documentos e computador apreendido durante operação nesta manhã (Foto: Liniker Ribeiro)
Agentes do Gaeco com documentos e computador apreendido durante operação nesta manhã (Foto: Liniker Ribeiro)

Lucro fácil – Antes das 7h da manhã desta terça-feira (18), o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) foi às ruas para vasculhar endereços ligados às empresas suspeitas de formarem o esquema de pirâmide financeira –além de MinerWorld, a Bit Oferta e a Bitpago.

Foram sete mandados de busca e apreensão cumpridos em Campo Grande e um em São Paulo (SP). Foram apreendidos documentos, agendas e computadores apreendidos.

Além de autorizar a busca e apreensão em endereços de empresas que se apresentam como mineradoras de bitcoins e dos sócios das mesmas, o juiz David de Oliveira Gomes Filho também determinou o bloqueio de R$ 300 milhões em bens de 11 investigados por integrarem o esquema.

O valor não necessariamente corresponde ao tamanho do patrimônio dos alvos da Operação Lucro Fácil. A própria MinerWorld diz ter 70 mil investidores em 50 países e o bloqueio foi determinado para garantir o futuro ressarcimento das pessoas, que segundo o MPMS, são vítimas de um golpe.

As empresas ainda estão proibidas de atrair novos investidores, sob pena de multa de R$ 50 mil para cada pessoa que ingressar no “negócio”.

Bitcoin - Conforme a revista Exame, no processo de nascimento de uma Bitcoin, chamado de “mineração”, os computadores conectados à rede competiam entre si na resolução de problemas matemáticos.

Além da mineração, é possível possuir bitcoins comprando unidades em casas de câmbio específicas ou aceitando a criptomoeda ao vender coisas e serviços.

As moedas digitais valem supostamente muito dinheiro –R$ 27.328 em cotação de um Bitcoin divulgada pela internet, por exemplo – e não são gerenciadas por bancos.

Outro lado – A MinerWorld nega a irregularidade e afirma ter sido ela vítima de uma fraude que rendeu prejuízo, hoje, na ordem de R$ 23,8 milhões –e que teria ocasionado as reclamações dos investidores que, desde o ano passado, alegam não conseguirem realizar saques de seus investimentos.

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