Após tragédia na boate Kiss, projetos contra incêndio aumentam na Capital
O incêndio na boate Kiss, em Santa Maria (RS), completa hoje (27) um ano. Na tragédia, 242 pessoas morreram, a maioria asfixiada pela fumaça. As vítimas não conseguiram chegar até a porta de saída, o que causou tantas mortes.
Após o episódio, o Corpo de Bombeiro do Estado aprovou uma nova legislação que exigiu mudanças e aumentou a fiscalização em casas noturnas.
Com a nova lei, que entrou em vigor em abril de 2013, a demanda de processos de segurança contra incêndio aumentou 39% na Capital, em comparação com o ano anterior, segundo o diretor técnico do Corpo de Bombeiros, responsável pela análise de processos de segurança contra incêndio, o coronel Armindo Oliveira Franco.
“A demanda aumentou muito. Em 2013, foram 3.355 processos analisados. No ano anterior foram 2.413, um aumento de 39%”.
O coronel afirmou ainda que a legislação é uma das mais modernas, padrão adotado por São Paulo. “Ela vem para atender as necessidades básicas de proteção”.
Segundo o diretor da empresa Cosenge, especializada em engenharia de incêndio, o engenheiro Mário Borges, a partir da legislação, para poder funcionar os estabelecimentos precisam apresentar um Projeto de Segurança Contra Incêndio e Pânico aprovado pelo Corpo de Bombeiros.
Além disso, as casas noturnas devem passar por uma vistoria onde são verificadas as instalações de medidas preventivas previstas na nova lei.
“É uma exigência o uso de materiais incombustíveis ou com aplicação de tratamento retardante ao fogo. Ainda deve ser feito um calculo rigoroso da quantidade e largura das saídas de emergência proporcionais a quantidade de publico no ambiente. Há ainda a previsão de sanções aos empresários negligentes que podem chegar ao fechamento dos estabelecimentos irregulares”, explicou o engenheiro.
Segundo Mário, entres as falhas que contribuíram para o incêndio na boate Kiss estão o uso de material pirotécnico proibido em ambiente confinado, o uso da espuma de isolamento acústico sem característica antichama, a superlotação, além das saídas de emergência obstruídas e sem larguras suficientes.
“Também contribuíram para a tragédia a falta e falha de equipamentos preventivos de incêndio, ausência de iluminação e sinalização de emergência, falta de uma brigada de incêndio composta de funcionários que são treinados para agir nestes eventos e, ainda, pela ausência de um projeto de segurança contra incêndio aprovado e o alvará de vistoria expedido pelos bombeiros”.
As investigações comprovaram diversas falhas técnicas, além da negligencia dos proprietários da boate e dos músicos da banda Gurizada Fandangueira, que fazia o show na boate.