Batalhão de Choque denuncia falta de viaturas para combate ao crime
Ano novo e velhos problemas. Responsável por atender ocorrências de rebeliões, reintegrações de posse e situações de conflito que envolvam indivíduos de alta periculosidade, o Batalhão de Choque da Polícia Militar de Campo Grande segue com número reduzido de viaturas. No momento, a tropa está com apenas um veículo quatro rodas à disposição. O governo disse ter conhecimento da situação e que as medidas necessárias serão adotadas assim que as finanças forem regularizadas.
Segundo o tenente Edeimar Dias, a situação é a mesma há mais de um ano e seis meses. Das 12 viaturas quatro rodas que o batalhão dispõe, apenas duas estavam operantes, porém, durante atendimento ao roubo de uma farmácia no Centro da Capital na noite de ontem (07), o cardã de uma delas quebrou, deixando o veículo fora de combate. “Estávamos em alta velocidade para tentar prender o suspeito, mas a viatura quebrou”, disse o tenente.
Ele lembra ainda que das 30 motos, 22 estão em manutenção. O maior problema é o sistema utilizado pelo Governo para administrar os serviços de manutenção. As oficinas participam de um tipo de leilão e aquela que oferece o preço mais baixo, ganha o direito de fazer os reparos. “Geralmente são usadas peças paralelas e baratas, que não aguentam muito tempo. Em menos de uma semana a viatura tem que voltar para a oficina. Peças genuínas são mais caras, mas valem a pena”, explica Dias.
Com o atendimento à comunidade comprometido, os policiais ficam no quartel, realizando serviços administrativos e passando por treinamentos. "A gente treina e motiva um policial para ele nuncar desistir e combater o crime da melhor maneira possível, aí, quando chega para trabalhar, ele se depara com uma realidade dessas no dia a dia. Ele vai para o serviço e não pode desempenhar sua função porque não tem viatura para transitar", relata Dias.
Além da melhoria no sistema de manutenção, os policiais também cobram novos veículos. No ano passado, o governo entregou 116 viaturas, mas nenhuma para o Choque. O secretário estadual de justiça e segurança pública, Sílvio Maluf, reconheceu a necessidade, mas disse que o batalhão não recebeu os veículos do último convênio pois se tratavam de benefícios do programa Enafron (Estratégia Nacional de Segurança Pública nas Fronteiras), apenas para a região de fronteira. “O Choque será usado em todo o Estado. Os investimentos serão feitos e vamos atender todas as demandas assim que ordenarmos a questão financeira”, disse Maluf.