Boliviana cita perseguição e obtém em MS documento para ficar no Brasil
A boliviana que apontou problemas no voo da Chapecoense alegou perseguição no pais de origem e obteve em Mato Grosso do Sul um documento provisório de identidade de estrangeiro, que tem validade de um ano
Ontem, em Corumbá, que faz fronteira com a Bolívia, Célia Castedo Monastério procurou o MPF (Ministério Público Federal) e, na sequencia, foi à delegacia da PF (Polícia Federal).
“Ela entrou com um pedido de refúgio, mas é o Ministério da Justiça que decide”, afirma o delegado Sérgio Macedo, chefe da PF em Corumbá.
De acordo com ele, o documento permite que Célia permaneça no Brasil até o resultado da solicitação de refúgio. “Pode viajar pelo Brasil, por onde quiser”, diz o delegado. Célia foi sozinha à delegacia. Caso o Comitê Nacional negue o pedido de refúgio, o documento provisório perde a validade.
Célia trabalha na Administração de Aeroportos e Serviços Auxiliares à Navegação Aérea da Bolívia e apontou problemas no plano do voo do avião que transportava a equipe de futebol da Chapecoense, jornalistas e tripulantes para a cidade de Medellín, na Colômbia. A funcionária alertou sobre o quantidade de combustível. A aeronave caiu na madrugada de 29 de novembro, perto do aeroporto de Medellin. O acidente matou 71 pessoas e deixou seis feridos.
O serviço boliviano de administração de aeroportos enviou ao Ministério Público do pais vizinho notícia-crime por "não cumprimento de deveres" e "atentado contra a segurança dos transportes". A funcionária foi suspensa por suspeita de negligência.
A Chapecoense iria jogar a primeira partida da final da Copa Sul-Americana. O desfecho trágico, no momento em que o time rumava para seu maior desafio, comoveu o mundo, com manifestações de solidariedade que se irradiaram da Colômbia e de Chapecó para diversos países.