Caminhoneiros bloqueiam 6 trechos e só liberam com redução de imposto
Seis trechos estão bloqueados para carretas neste quarto dia de manifestação de transportadores, que reivindicam a redução do ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços) sobre o óleo diesel, de 17% para 12%. Os caminhoneiros fazem fila nas rodovias e não permitem a passagem de caminhões, apenas de outros tipos de veículos.
A paralisação vai terminar apenas quando o governador se manifestar, anunciando a redução do imposto, segundo o presidente do Sindicato dos Caminhoneiros Autônomos, Osni Belinati. Conforme o sindicalista, essa é a principal reivindicação do setor, que quer também o aumento do valor do frete, que não tem reajuste há dez anos.
“O preço da soja aumentou muito nesse tempo e o preço do frete continua o mesmo. Não tem como trabalhar dessa forma, enquanto não abaixar pelo menos o preço do diesel”, reclamou Osni, que está no anel viário da BR-163, que tem saídas para Três lagoas, Corumbá, Aquidauana, Sidrolândia, Nova Alvorada do Sul, Dourados e São Paulo. Nesse trecho, a fila de veículos se estende por mais de dez quilômetros.
Manifestantes também fazem paralisação na saída para Terenos, no km 366, da BR 262. Em São Gabriel do Oeste, o protesto ocorre no km 614, da BR-163. Em Dourados, a manifestação acontece nos km 256, km 274 e km 07, da BR 463. Nesse último, o trânsito foi liberado para veículos de carga perecível e viva.
De acordo com a PRF (Polícia Rodoviária Federal), o trânsito flui tranquilamente para veículos pequenos, ônibus e de emergência. Conforme o agente da PRF, Walter Nascimento, a única recomendação da polícia é para que os condutores redobrem a atenção, pois em alguns trechos precisam entrar na contramão para seguir caminho. A PRF acredita que o protesto tenha fim até as 18h de hoje.
Há 37 anos como caminhoneiro, Roberto Sinai, 55 anos, chegou as 6h na paralisação e disse que vai permanecer até que haja solução dos governos Estadual e Federal e não apenas reunião, como ocorreu após outro protesto no dia três desse mês, quando a presidente Dilma Rousseff veio à Campo Grande.
“Queremos igualdade de competitividade. Mato Grosso do Sul é um Estado produtor e rico, mas o combustível está levando as empresas à falência”, comenta, ao lembrar que São Paulo, Paraná, Mato Grosso e Goiás têm poder maior de competitividade, porque têm a carga tributária menor.
No último protesto, os secretários estaduais de Governo, Eduardo Riedel e da Casa Civil, Sérgio de Paula, foram até a BR-163 e marcaram reunião, que aconteceu no dia seguinte, quando os empresários apresentaram as reivindicações, mas nada ficou definido. Reinaldo Azambuja (PSDB) informou, há pouco mais de uma semana, que pretende aprovar lei para reduzir a alíquota do ICMS do óleo diesel até a metade deste ano.