Caminhoneiros bloqueiam dois trechos da BR 163 no quarto dia de protesto
Caminhoneiros bloqueiam rodovias de Mato Grosso do Sul pelo quarto dia consecutivo. Desde as 6h40 de hoje (24), a BR-163 no quilômetro 614, próximo de São Gabriel do Oeste, e o quilômetro 256, em Dourados, estão interditados. De acordo com a CCR/MS Via, que administra a rodovia, os dois lados da pista estão bloqueados. Os caminheiros liberam apenas a passagem de ambulâncias, veículos de passeio e ônibus. A categoria protesta contra os seguidos aumentos dos combustíveis e dos tributos sobre o transporte.
Os caminhoneiros iniciaram os bloqueios em Mato Grosso do Sul na tarde de sábado (21), na MS-306, rodovia que liga os municípios de Chapadão do Sul e Cassilândia. Com a paralisação, que aconteceu também no domingo, formou-se uma fila de 5,5 km de caminhões na rodovia. Os pátios dos postos de combustíveis ficaram lotados, além de ruas e avenidas marginais da pista. Os também estão sendo realizados em São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul e Goiás.
O protesto deve chegar hoje na Captial, de acordo com presidente do Sindicato dos Caminhoneiros, Osni Carlos Belinati. Ele diz que três pontos estratégicos da cidade serão bloqueados.
Reinvidicações - Ação semelhante foi realizada em Campo Grande na BR-163 no dia 3 de fevereiro, logo após a visita da presidente Dilma Rousseff à capital sul-mato-grossense. As reivindicações eram praticamente as mesmas, incluíam apenas uma tabela de padronização do valor do frete.
Os secretários estaduais de Governo, Eduardo Riedel e da Casa Civil, Sérgio de Paula, foram até o local para conversar com os caminhoneiros, agendaram uma reunião e conseguiram suspender a interdição.
No encontro, realizado dia 4 de fevereiro, a Cootrapan (Cooperativa dos Transportadores do Estado do Pantanal) apresentou novamente as reivindicações e fez um pedido de socorro devido a uma possível inviabilização do frete em razão do aumento frequente no preço do óleo diesel e na falta de reajuste dos valores cobrados, que segundo a categoria não é reajustada há 13 anos e tem reduzido o lucro das empresas.
Com relação ao preço no ICMS, os valores acabam fazendo com que muitas companhias optem em abastecer e comprar pneus em outros estados. Além disso, serviços de manutenção, mecânica e mercado de peças para esses veículos também aumentam e os índices não são repassados ao empresário de transportes. Com o encarecimento do que é oferecido por esses setores, naturalmente os preços do serviço de transporte sobem, desaquecendo o mercado e resfriando a economia.
Sérgio de Paula afirmou, ao final do encontro, que as questões levantadas já estavam sendo estudadas, sendo inclusive uma das prioridades a redução no ICMS, pauta que já estava em voga desde o plano de governo de Reinaldo Azambuja (PSDB). Entretanto, conforme salientou Riedel, as mudanças levarão tempo, pois o Executivo estava com as contas no vermelho. Diante disso, ele pediu paciência para a classe.