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Capital

Após dar à luz Yago, Renata encerra um adeus que já dura dois meses

Velório começou por volta da meia-noite, no cemitério Memorial Park; enterro está marcado para às 16h30

Luana Rodrigues e Renata Volpe Haddad | 01/04/2017 09:29
Renata Souza Sodré, 22 anos, mãe de Yago. (Foto: Reprodução/ Facebook)
Renata Souza Sodré, 22 anos, mãe de Yago. (Foto: Reprodução/ Facebook)
Mãe e bisavó de Renata, durante velório da jovem, na manhã deste sábado. (Foto: Alcides Neto)
Mãe e bisavó de Renata, durante velório da jovem, na manhã deste sábado. (Foto: Alcides Neto)

O fim de uma despedida que já dura dois meses. Neste sábado (1º), familiares e amigos dão o último adeus a jovem que desde o dia 31 de janeiro era mantida viva para gerar o filho, que nasceu no fim da manhã de ontem, Renata Souza Sodré, 22 anos. Uma neta querida, filha cuidadosa, a mãe do Yago.

“Ela cuidava de todo mundo, já tinha conseguido comprar a casa e o carro dela, que eram o que ela queria muito, e também conseguiu realizar o maior sonho que tinha, de ter o Yago”, conta a mãe de Renata, de Adriana de Souza Ávalo.

Apesar das conquistas, a moça ainda tinha sonhos. Segundo familiares, o talento na cozinha a fez planejar montar uma cozinha industrial em casa. Queria fazer marmitas para vender. “Era uma menina muito feliz, muito batalhadora. Cuidava de todo mundo. Era ela que cuidava de mim, ia lá em casa fazer minha unha. Não estou creditando que perdi minha neta tão cedo, mas ela foi e deixou um presente pra gente”, diz, debaixo de muito choro, a bisavó de Renata, Doralice Mendonça de 83 anos.

E era mesmo como uma mulher de muita força que o irmão mais velho também via Renata. Talvez por isso, nestes 61 dias em que ela esteve internada, José Carlos Souza Avalo de Assis, 28 anos, só tenha conseguido visitar a irmã uma vez no hospital. “Não sei falar como é o sentimento de ter a sua irmã meio viva e meio morta, não aguentei”, disse.

Antes da tragédia com a irmã, os dois viviam a mesma felicidade, a espera de um filho. A esposa de José está grávida e os planos eram criar as crianças juntos, já que a previsão era de que os bebês nascessem na mesma época. “A gente perdeu, mas a gente ganhou, é uma tristeza e uma felicidade junto, é inexplicável”, diz.

O velório de Renata está sendo no cemitério Memorial Park, mesmo local do enterro. A previsão é que o sepultamento seja às 16h30. Antes da cerimônia,a família fará uma homenagem à Renata, com um vídeo onde serão mostrados passagens da vida dela e uma carta escrita por todos.

Parto - O bebê de Renata nasceu por volta das 11h desta sexta. Há dois meses, ele resistia no ventre da mãe, que teve morte cerebral constatada no dia 30 de janeiro.

Conforme a Santa Casa, o parto estava previsto para a próxima terça-feira (4), no entanto, a paciente apresentou instabilidade no quadro de saúde e a equipe médica decidiu que levá-la para o Centro cirúrgico. Foi na noite desta quinta-feira (30) que Renata deu os primeiros sinais de que precisava dar a luz ao filho.

A criança de 27 semanas (seis meses), nasceu de parto cesárea, saudável, com 34 centímetros e 1,05 kg. A princípio, Yago apresentou problemas respiratórios, mas foi medicado e agora já respira sem a ajuda de aparelhos.

Os órgãos de Renata seriam doados, no entanto, por conta das complicações que o corpo dela apresentou recentemente, a doação foi impedida. A criança está na UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) Neonatal da Santa Casa e não há previsão de alta.

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