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Capital

Após perseguição, três PMs são presos em flagrante por lesão corporal

Viviane Oliveira | 20/01/2016 12:16
Sede da corregedoria da PM, para onde caso foi encaminhado. (Foto: Marcos Ermínio)
Sede da corregedoria da PM, para onde caso foi encaminhado. (Foto: Marcos Ermínio)

Três policiais miliares, da Força Tática do 1º Batalhão, foram presos pela Corregedoria da Polícia Militar, após perseguição a dois homens em uma motocicleta, na tarde de ontem (19), no Jardim Imá, em Campo Grande. Eles foram autuados em flagrante por lesão corporal dolosa e encaminhados para o Presídio Militar. A vítima é um adolescente de 15 anos.

Segundo o coronel José Gomes Braga, corregedor adjunto que fez o flagrante, os policiais cometeram excesso. De acordo com ele, os PMs faziam rondas na região da Avenida Júlio de Castilhos, quando avistaram um homem e o adolescente em uma moto. Os policiais deram ordem de parada, mas o piloto não obedeceu. Ele parou, mandou o garoto descer e fugiu.

Os militares, então, colocaram o menino na viatura e o agrediram até dizer o endereço do rapaz que pilotava a moto. Assustado, o garoto passou o próprio endereço. Quando os policiais se aproximaram da casa, a vítima começou a gritar e pedir por socorro.

Ainda de acordo com o corregedor, os policiais deram meia-volta e saíram com o menino na viatura. “O pai da vítima viu a situação e foi atrás dos policiais, mas não conseguiu alcançar o carro da PM e entrou em contato com 190. Eles orientaram o pai a procurar a corregedoria”, diz.

Os policiais liberaram o adolescente na saída para Rochedo. “Se estava tudo legal, por que não deixaram o garoto na delegacia? Ao retornar à casa dos pais, o menino relatou o que havia acontecido”, destaca. Dos quatro PMs que estavam juntos, três foram identificados como agressores.

O advogado Laudo César Pereira, da ACS (Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar e Bombeiro Militar de Mato Grosso do Sul), que acompanha o caso, diz que a prisão é arbitraria e não há provas contundentes contra os militares. “Nós vamos entrar com as medidas cabíveis. Nem exame de corpo de delito no adolescente, que acusa a polícia de tortura, foi feito. “Essa atitude tomada pela corregedoria é injusta”, lamenta.

Segundo o coronel, o caso será encaminhado para o juiz decidir se houve crime. Enquanto isso, os policiais vão continuar preso. "O adolescente apreendido pelos policiais tem passagens pela polícia, mas ontem, a condição dele era de vítima", explica. Os nomes dos policiais não foram divulgados. 

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