"Contadora" de quadrilha de ladrões devia R$ 167,1 mil a banco em MS
Eliane Goulart contratou crédito de R$ 80 mil em 2011, quando tinha empresa de refrigeração em Campo Grande
A “contadora” da quadrilha que planejava roubar unidade do Banco do Brasil no bairro Coronel Antonino devia R$ 167,141 mil ao Itaú Unibanco, por não pagar financiamento inicial de R$ 80,177 mil, feito em maio de 2011. Eliane Goulart Decursio de Brito chegou a ter empresa de refrigeração em Campo Grande, no Pioneiros.
Eliane foi uma das sete pessoas presas em operação da Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Bancos, Assaltos e Sequestros), na madrugada de domingo (22).
A quadrilha estava sendo monitorada há seis meses e, na prisão, a polícia descobriu túnel de 63 metros, próximo ao subsolo do cômodo onde fica o cofre da unidade do Banco do Brasil.
À Polícia Civil, Eliane disse que é cabeleireira e trabalhava na empresa JR Construtora, em Cuiabá (MT), como marido, Robson Alves do Nascimento, 50 anos, também detido na ação e considerado um dos mentores do crime.
“Ele me ligou para e pediu para eu vendesse tudo e viesse encontrar com ele. Ele disse apenas que havia conseguido um negocio muito bom e que ia render muita grana”, contou. Eliane disse ter vendido uma residência e todos os móveis, para conseguir o dinheiro para se mudar.
Eliane já morou em Campo Grande, conforme levantamento feito pela reportagem. Em 2016, sofreu acidente ao desmaiar a bater o carro em estrada vicinal CG-040, próximo da cachoeira do Inferninho.
Dívida - Em maio de 2005, entrou em sociedade de empresa de refrigeração, a Brito & Decursio Ltda, com nome fantasia de Brito Refrigeração, localizada no Pioneiros.
Em maio de 2011, juntamente com o sócio, Gilmar Brito, contratou limite de crédito de R$ 80 mil com o Itaú. O pagamento deveria ser feito em 24 parcelas mensais, sendo a 1ª com vencimento no dia 24 de junho de 2011.
De acordo com advogados do banco, eles deixaram de pagar a partir da 10ª parcela e o saldo devedor chegou a R$ 80,177 mil.
No dia 4 de abril de 2013, decisão do juiz Maurício Petrauski, da 9ª Vara Cível de Campo Grande, determinou o pagamento em prazo de três dias. Em caso de inadimplência, exigiu a penhora de bens.
Em julho de 2014, o banco informou que os sócios admitiram a dívida e pediram renegociação do valor, atualizado em R$ 127,821 mil. Porém, eles não honraram o compromisso e, em 2016, os advogados pediram novamente a penhora dos bens e bloqueio do que fosse encontrado nas contas deles.
Em agosto daquele ano, o juiz autorizou o bloqueio, mas foram encontrados R$ 11 mil. A dívida já havia alcançado R$ 131,256 mil. O débito só aumentou e, atualmente, consta total de R$ 167,141 mil.
Em abril deste ano, o banco fez uma nova tentativa de intimar os sócios, já com endereço em Cuiabá (MT).