Veja como é o túnel cavado por ladrões até cofre da Central do Banco do Brasil
Em Campo Grande, túnel foi aberto em 35 dias e era semelhante ao do roubo ao Banco Central de Fortaleza, em 2005
A sensação dentro do túnel aberto por quadrilha que planejava invadir banco em Campo Grande é de estar em um filme. Os ladrões usaram uma das estratégias que mais rende no cinema: cavaram por cerca de 70 metros, até chegar sob o cofre da Central Administrativa do Banco do Brasil, uma das unidades que guarda boa parte do dinheiro que circula pelas agências da instituição na Capital.
Cerca de 6 metros abaixo do solo, a estrutura é bem semelhante a de um dos crimes mais famosos da história brasileira, o roubo ao Banco Central de Fortaleza, em agosto de 2005. Entre os 7 presos e 2 mortos, alguns integrantes vieram do nordeste.
Para ter uma noção sobre o plano elaborado pelos assaltantes para execução aqui, no Ceará o túnel era apenas um pouco maior, com 75 metros. Contando que em Mato Grosso do Sul a quadrilha não chegou a concluir o percurso, o tamanho poderia ser igual.
O repórter cinematográfico Henrique Kawaminami entrou no túnel na manhã desta segunda-feira e sentiu um pouco como era passar os dias ali dentro. “É muito pequeno, no começo até tem mais espaço, mas ai afunila e fica com cerca de um metro de largura por um de altura. Não dá para andar, a gente entra agachado e depois tem de andar de quatro. É muito quente e só nos pontos que tinham ventiladores melhorava um pouco”, relata.
Veja o vídeo feito por ele:
Em Campo Grande, enquanto os vizinhos nem notavam a presença da quadrilha, o bando tirava 100m³ de terra por dia do subsolo, avançando 2 metros a cada 24 horas, estima a polícia, o que representa 35 dias cavando. O responsável era um dos integrantes do grupo, dono de uma empresa de construção civil.
Para executar o plano, eram utilizados macacos hidráulicos, carrinhos de mão, cordas e muitos sacos para armazenar a terra. A sustentação era feita com canos de ferro e madeira. A iluminação tinha lâmpadas de led e ventiladores foram achados ao longo de todo o percurso. Até interfone foi instalado para a comunicação com o restante do grupo.
Não eram usados equipamentos pesados, para evitar barulho e não levantar suspeitas. Por isso, o serviço era no braço, em sistema de rodízio entre os integrantes do bando.
A base ficava na Rua Minas Gerais, no bairro Coronel Antonino, a uma quadra da Central Administrativa, ao lado de uma oficina mecânica e outros prédios comerciais. A polícia ainda não informou como descobriu o esquema, mas o plano foi descoberto dias antes da quadrilha entrar no banco, quando os últimos metros, para o acesso ao cofre, começavam a ser abertos.